A Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal defende a criação de uma empresa intermunicipal para a gestão do abastecimento em alta.
"A associação tem o objectivo de conseguir um modelo para um sistema intermunicipal de abastecimento de água em alta [captações até aos depósitos]. O estudo de concessão está a terminar a primeira fase e a segunda fase está já em andamento, sendo que o objectivo final é a criação de uma empresa intermunicipal de gestão", disse o presidente da associação, João Lobo.
O responsável, que é presidente da Câmara da Moita, criticou a intenção de se retirar competências aos municípios na gestão da água, referindo-se à reestruturação do sector, e lembrou que a “a proposta vinda a público pela administração da Águas de Portugal, de harmonizar a tarifa de água e saneamento em valores entre os 2,5 e os três euros”, irá provocar um aumento do preço médio nacional superior a 75%.
"O objectivo é a retirada das competências e dos sistemas das mãos dos municípios para, a qualquer preço, constituírem grandes sistemas e acederem directamente à receita gerada e promoverem uma organização adequada aos interesses dos privados", afirmou.
O autarca defendeu uma gestão pública dos sistemas de abastecimento, drenagem e tratamento, mostrando a total oposição à "retirada de competências aos municípios".
A associação é composta pelos municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal e tem como atribuições a coordenação e promoção de estudos, projectos, planos e acções no domínio da captação, do transporte adutor e do abastecimento de água em alta da península de Setúbal.
O presidente da Associação Portuguesa de Drenagem e Distribuição de Águas defende que a reestruturação do sector deve envolver os municípios e que estes devem reavaliar o seu papel nos sistemas multimunicipais.