O presidente da Estradas de Portugal considerou hoje que a A33, entre a via rápida da Caparica e o Barreiro, que ficou hoje concluída “manteve o essencial” da obra original apesar da renegociação do projecto com o concessionário.
A A33, a funcionar já em pleno, atravessa os concelhos de Almada, Seixal e Barreiro, e permite a distribuição de todo o tráfego da margem esquerda do Tejo, designadamente os itinerários que utilizam as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama.
"Este é o exemplo de um acordo em que foi feita uma renegociação mas em que se procurou preservar o essencial para os clientes. Este nó na Penalva encerra este último percurso de 21 quilómetros”, permitindo criar “uma circular entre a Trafaria e Alcochete, que vai redistribuir o tráfego a nível regional", disse à Lusa António Ramalho, presidente da Estradas de Portugal.
Durante uma visita pela nova estrada, o responsável recordou que o investimento da subconcessão como um todo, em termos globais de pagamento, se situava nos 985 milhões, com pagamentos a 30 anos, tendo sido feita uma redução de 240 milhões com reduções de investimento em duas intervenções.
"Um delas era o acesso à Fonte da Telha, duvidosa do ponto de vista ambiental, e outra era uma requalificação da avenida do Mar, na zona de luxo da Aroeira. Foram reduzidos investimentos que considerávamos supérfluos", explicou.
António Ramalho disse que os três lanços entre a Trafaria e o Barreiro estão sujeitos a portagem com recurso ao sistema exclusivamente electrónico, sem possibilidade de pagamento manual no local, sendo o pagamento manual apenas possível em regime de pós-pagamento.
"Pretendemos ter uma portagem para ligeiros a 1,65 euros para os 21 quilómetros, o que dá 6,4 cêntimos por quilometro mais IVA. O sistema que está construído para a receita de portagens é um sistema de pórticos, existindo zonas portajadas e outras não portajadas por razões técnicas", disse.
O responsável explicou que é "justo" que os clientes da nova ligação "paguem uma parte do investimento", pesar de referir que as portagens "nunca são do agrado de ninguém"
Segundo António Ramalho, a nova ligação foi trabalhada para 25 a 28 mil veículos diários em quase todos os troços.
"Estamos a rever e a analisar os números, mas temos bons indicadores dos dois primeiros troços já abertos. Esta ligação também vai ter efeito sazonal, pois beneficia o acesso às praias, mas os números não estão a preocupar",