Novos atrativos para uma visita ao Castelo dos Mouros

As novas instalações de apoio ao visitante do Castelo dos Mouros foram hoje inauguradas pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e pelo presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara. Este é o resultado do projeto “À Conquista do Castelo”, que implicou um investimento de 3,2 milhões de Euros, cofinanciado em 600 mil Euros pelo Programa de Intervenção do Turismo (PIT) e no remanescente pela empresa de capitais públicos Parques de Sintra Monte da Lua. O objetivo centrou-se na valorização global e no restauro do Castelo dos Mouros, monumento que contou com cerca de 269.000 visitas em 2012.

A partir de agora os visitantes poderão desfrutar de um novo espaço de acolhimento, constituído por uma cafetaria com esplanada, loja e bilheteira, bar, instalações sanitárias e ainda uma envolvente paisagística recuperada (repondo a ambiência romântica preexistente), bem como caminhos de acesso e de ronda totalmente requalificados e iluminados. Foram também restauradas as duas cinturas de muralhas e a Cisterna (que passa agora a ser visitável). Será ainda aberta ao público a Casa do Guarda do Castelo, situada na segunda cintura de muralhas (fora do perímetro pago), após recuperação e adaptação como cafetaria, esplanada (com vista panorâmica para a Serra) e instalações sanitárias.

Todas estas novas instalações beneficiaram de um profundo trabalho ao nível das infraestruturas, nomeadamente no respeitante às redes de energia, comunicações, iluminação, águas, esgotos, rega, CCTV e proteção contra incêndios.

Integrado no projeto, desde o seu desenvolvimento inicial, esteve também o objetivo de reduzir as barreiras à mobilidade, permitindo acolher visitantes com dificuldades motoras, para que consigam percorrer o caminho até aoCastelo, acedendo às novas instalações de acolhimento e a pelo menos uma parte da muralha com vista para a Vila de Sintra.

Neste projeto destaca-se particularmente a metodologia de restauro das muralhas, cuja datação das várias fases construtivas da parte principal foi estudada pelos especialistas em Arqueologia da Arquitetura do Centro de Ciencias Humanas y Sociales de Madrid, e cuja definição das argamassas adequadas foi realizada com o apoio do Instituto Superior Técnico.

De destacar também a opção arquitetónica de utilização de madeira das árvores removidas nas limpezas florestais na Serra (espécies infestantes, neste caso específico, a Acácia) para o revestimento e mobiliário dos edifícios e passadiços, criando desta forma um ambiente em relação direta com a natureza envolvente.

O projeto “À Conquista do Castelo” foi antecedido e acompanhado pela realização de escavações arqueológicas, com campanhas realizadas em parceria com a Universidade Nova de Lisboa (desde 2009). Estas investigações apoiaram as intervenções de recuperação e aprofundaram a informação histórica sobre o local. A descoberta de elementos como mais de três dezenas de sepulturas medievais cristãs (com cerca de 2 a 3 enterramentos em cada), vários alicerces de habitações muçulmanas e objetos do Neolítico (por exemplo, um vaso cerâmico completo do 5º milénio a.C), conduziu à reconfiguração do projeto inicial para permitir mostrar ao público os principais achados.

Este verão será ainda inaugurado o novo Centro de Interpretação do Castelo, na Igreja de São Pedro de Canaferrim, igualmente alvo de restauro e de um projeto de arquitetura que visa proteger a ruína e albergar achados arqueológicos resultantes das investigações dos últimos anos, bem como fornecer informação aprofundada sobre a História do local. Também ainda no verão será ligada a nova iluminação cénica das muralhas, que permitirá uma nova “vista” doCastelo a partir do centro histórico, com possibilidade de diferentes cenários de cor.

Dado o difícil acesso ao interior das muralhas, o transporte de materiais de construção foi efetuado através de uma grua de cabos, sustentados por uma torre com 20m de altura localizada dentro do Castelo. Esta solução permitiu transportar as cargas sem interferir com os visitantes, minimizando ruídos e emissões poluentes.

 

O Castelo dos Mouros

O Castelo dos Mouros é um dos monumentos mais visitados e uma das principais atrações turísticas da Paisagem Cultural de Sintra, classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1995, tendo recebido cerca de 269.000 visitas em 2012.

De origem muçulmana, o Castelo dos Mouros foi aforado, em 1840, por D. Fernando de Saxe-Coburgo e Gotha (casado com a Rainha D. Maria II) e alvo de intervenções de recuperação segundo o conceito estético do romantismo. Cerca de um século mais tarde foi objeto de novas obras, enquadradas nas grandes reformas dosmonumentos nacionais e manteve-se sem grandes alterações até aos dias de hoje.

A fortificação é constituída por duas cinturas de muralha, sendo o Castelo constituído por cinco zonas relevantes: a Alcáçova, a Praça de Armas, a Torre Real, a Cisterna e os espaços denominados por antigas cavalariças. Fora da primeira linha de muralhas localizam-se a Igreja de S. Pedro de Canaferrim, a qual apresenta vestígios de pintura mural decorativa, com padrões que remontam ao séc. XV, um monumento fúnebre/ossário, silos escavados na rocha e a antiga Casa do Guarda do Castelo.