Em parceria com a Oficina da Psicologia, o CascaiShopping realizou recentemente um Encontro subordinado ao tema O poder da Moda na imagem pessoal e profissional, onde especialistas nas áreas da Psicologia, Moda, Integração Social/Profissional e Recursos Humanos partilharam a sua visão, à luz das áreas em que atuam, sobre a importância da Moda na construção da imagem, quer a nível pessoal quer a nível profissional.
Este Encontro, realizado no âmbito dos Fashion Days do CascaiShopping, contou com a presença da atriz e apresentadora de TV, Ana Rita Clara, como moderadora do debate.
Filipa Jardim da Silva, Psicóloga Clínica na Oficina da Psicologia, Teresa Durão, Vice-presidente da Associação Dress for Success, Lido Palma, Fashion Adviser e Diretor da Karacter e Ana Loya, Diretora do Grupo Odgers Berndtson e da Ray Human Capital Portugal foram os especialistas que constituíram o painel de oradores deste Encontro. Dentro das áreas profissionais em que trabalham, estes especialistas partilharam com todos os presentes como é que a Moda se torna uma ferramenta de construção de imagem tão relevante nos dias de hoje e de que forma é que, bem gerida, trabalhada e aplicada, pode ajudar no alcance de metas e objetivos nestas duas vertentes, pessoal e profissional.
Numa altura em que a imagem que transpormos para o exterior é determinante na definição da nossa personalidade e, por vezes, na avaliação das nossas competências, Filipa Jardim da Silva, porta-voz deste Encontro, salientou a propósito do tema que orientou este debate que “se pensarmos em cada peça de roupa como uma ferramenta de extensão de nós, percebemos que podemos fornecer informação sobre a nossa identidade ao mundo e a nós mesmos de uma forma mais ou menos precisa, mais ou menos vantajosa. Mais do que marcas e modas predeterminadas, importa realmente que aquilo que se veste potencie quem somos, com respeito pelas características e especificidades individuais, e permita aproximarmo-nos de quem queremos ser, num caminho de otimização constante.”
Segundo a Psicóloga, todas estas áreas – Moda, Psicologia, Recursos Humanos e Integração Social/Profissional - comunicam entre si na construção da imagem e na identidade pessoal e profissional, pelo que quando devidamente trabalhadas podem ter efeitos muito positivos ao nível da autoestima e autoconfiança: “diversa investigação tem indicado que as roupas que se utilizam têm um impacto na forma como as pessoas percecionam o mundo e como o mundo as perceciona a elas, influenciando igualmente a própria autoavaliação sobre si e a qualidade das relações que estabelecem.”
Aquilo que somos através daquilo que vestimos
O que escolhemos para vestir pode revelar mais do que aquilo que se imagina. Cada peça de roupa é uma palavra e coloca-se essas palavras para formar uma frase que, em termos globais, fornece informações sobre quem somos. Quantas mais “palavras” temos, mais “frases” poderão ser construídas e, em termos práticos, mais precisa é a informação que pretendemos revelar aos outros.
Existem estereótipos e julgamentos que são definidos nos primeiros segundos após se conhecer alguém. Por exemplo, perceciona-se de imediato que as pessoas que usam óculos têm um QI mais elevado do que aquelas que não usam. Supõe-se, frequentemente, que uma pessoa vestida de forma conservadora é sensível, equilibrada e credível e que uma pessoa que siga uma forma mais ousada em termos de vestuário é entendida como sendo “mais extrovertida”. Da mesma forma, quando se opta por um estilo de roupa mais clássica do que idade real que se tem leva a que se interprete que estamos perante uma pessoa mais madura e responsável.
Imagem versus Trabalho
A forma como nos vestimos e a imagem que construímos tem impacto na forma como somos percecionados no mundo do trabalho. Num estudo realizado por Yoon-Hee Kwon da North Illinois University (1994), foram analisados os dez atributos que a forma como nos vestimos, na vida profissional, podem transparecer: responsabilidade, competência, profissionalismo, honestidade, credibilidade, inteligência, lealdade, vontade de trabalhar e eficiência.
No cruzamento destas orientações gerais como "bem vestido" ou "não devidamente vestido", descobriu-se que ao seguir um estilo apropriado ao local de trabalho e à função que se desempenha, faz com que a imagem e credibilidade sejam reforçadas. A adequação das roupas ao local de trabalho é fundamental, segundo este estudo, já que deve existir sempre conformidade entre aquilo que se veste, a função que se desempenha e o trabalho que se desenvolve.