Os comerciantes do largo da estação ferroviária de Agualva-Cacém exigem a conclusão das obras de remodelação da zona e queixam-se de quebras de facturação entre 60 a 80 por cento. A conclusão das obras estava prevista para Agosto de 2011, mas, em Setembro, a REFER (Rede Ferroviária Nacional) anunciou ter adiado o fim dos trabalhos para o primeiro trimestre de 2012.
Os comerciantes queixam-se que as obras, que tiveram início há dois anos e meio, já deveriam ter terminado, pondo fim aos estabelecimentos vazios e às quebras de facturação que, nalguns casos, atingiu os 80 por cento.
De acordo com Manuel Fonseca, funcionário de um café, os prejuízos provocados pelos “sucessivos atrasos das obras” são “avultados” e já levaram ao despedimento de dezenas de funcionários. “Há dois anos fazíamos cinco mil euros por dia e agora nem quinhentos fazemos. É uma diferença abissal. Éramos 50 empregados, hoje estamos reduzidos a meia dúzia e não há trabalho para todos”, lamentou.
Também a proprietária de uma farmácia lamenta os atrasos na conclusão das obras. Segundo Sofia Inácio, o facto de ainda não terem sido instalados postes de iluminação afasta as pessoas do local. “À noite é inseguro. Tenho medo de estar aqui até mais tarde. Agora é Verão e é noite mais tarde, mas no Inverno a noite chega mais cedo”, disse.
Comerciantes e Comissão de Utentes da Linha de Sintra lançaram uma recolha de assinaturas a exigir a conclusão dos trabalhos e a colocação de postes de iluminação e as árvores nos buracos abertos há algumas semanas.
De acordo com o porta-voz da comissão, Rui Ramos, os sucessivos atrasos da obra têm tido reflexos "negativos na estrutura económica da freguesia", prejudicando utilizadores da linha ferroviária e comerciantes.
“Os comerciantes verificaram um decréscimo de facturação entre 60 e 80 por cento. Os utentes são prejudicados porque, apesar de a estação já ter sido aberta para o largo, ainda não há elevadores, nem escadas rolantes”, justificou.
Em Setembro do ano passado, a Comissão de Utentes da Linha de Sintra entregou uma petição com 1250 assinaturas no Ministério da Economia, a exigir a conclusão das obras da estação ferroviária de Agualva-Cacém.