As obras de proteção costeira na praia Grande, em Sintra, só vão ficar concluídas após o início da época balnear no município, a 15 de junho, mas os concessionários contam com mais acessos ao areal.
Os dias têm sido de azáfama na praia Grande, incluindo ao fim de semana, para concluir a empreitada de requalificação e de reforço da estrutura de proteção costeira, iniciada em março, devido aos estragos do mau tempo.
Fonte da Câmara de Sintra disse à agência Lusa que “a maior parte dos trabalhos ficam concluídos a 08 de junho, mas na ponta final da praia cerca de 10% da obra só ficarão prontos a 28 de junho”.
O grosso da obra, que ocupa ainda uma área considerável da principal praia do litoral de Sintra, deve ficar pronto antes do início da época balnear, fixada entre 15 de junho e 15 de setembro, por solicitação dos concessionários e acolhida pela autarquia.
As obras na parte final da praia não vão afetar o funcionamento e a segurança da praia e resultam, segundo admitiu a fonte municipal, de problemas decorrentes da construção da estrutura de proteção da praia.
A intervenção levada a cabo pela câmara, em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), consiste “na correção dos estragos no manto de enrocamento, passeio, escadas, rampas, muros e infraestruturas de iluminação pública e de drenagem para aumentar o grau de proteção contra o risco de galgamento oceânico”.
O presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), explicou na anterior reunião do executivo que, no troço final da praia, o “terreno firme estava três metros abaixo” do que se previa, obrigando a “uma alteração” ao projeto.
O autarca acrescentou, no entanto, que o problema foi resolvido com um pequeno acréscimo ao valor da empreitada.
A intervenção, orçada em cerca de 585 mil euros, é financiada pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), e o aumento “na ordem de 58.000 euros” está dentro do apoio dos fundos comunitários, esclareceu outra fonte camarária.
A diretora municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território, Ana Queiroz do Vale, informou o executivo de que, em relação aos apoios de praia, “foram pedidos três quiosques e está definida a sua relocalização”.
“Fomos notificados pela APA de que os apoios de praia serão construídos provisoriamente, para funcionarem este ano, e que depois será negociada a localização no plano de pormenor”, adiantou Francisco Caeiro, da Associação dos Concessionários das Praias do Concelho de Sintra.
O dirigente associativo reconheceu que “as obras eram precisas”, mas lamentou que os concessionários não tenham sido “tidos nem achados para nada” e aguardem resposta à instalação de dois acessos adicionais em madeira para o areal.
“Até aqui tínhamos de fazer 20 metros para transportar toldos e equipamentos, sem as escadas teremos de fazer 200 ou 300 metros”, salientou Francisco Caeiro, notando que os acessos também aumentam a segurança dos banhistas.
Para já, a fonte municipal confirmou que a praia possuía duas rampas de acesso e cinco escadas e que o novo projeto apenas contempla “duas rampas e duas escadas”.
O comandante da capitania do porto de Cascais, Mário Domingues, considerou a “obra muito importante para assegurar a proteção da frente marítima” e admitiu que escadas em madeira, a partir do passeio mais baixo, facilitam o acesso ao areal.
Mário Domingues acrescentou que, na praia da Adraga, está a decorrer a consolidação das arribas, que “obriga a criar uma faixa de segurança entre 15 e 20 metros, mas que não impede a utilização da zona balnear”.
Esta intervenção da APA, que decorre até outubro, contempla a retirada de blocos instáveis e instalação de redes metálicas para proteção dos banhistas.