Oitenta por cento dos bairros clandestinos de Sintra legalizados em 2014

Oitenta por cento do território das áreas urbanas de génese ilegal (AUGI) do município de Sintra deverá ficar legalizado até 2014, disse hoje à agência Lusa o presidente da câmara.

Segundo Fernando Seara, dos 105 bairros clandestinos do município, 15 encontram-se em "processo avançado" de legalização, alguns já deram início às obras de saneamento e acessos e 21 destas áreas foram desclassificadas e serão "objeto de reconversão por loteamento".
"Neste momento teremos condições para no espaço de um ano e meio estarem resolvidas estas situações em 80% do território", disse o autarca durante o lançamento da primeira pedra das obras de reconversão e do processo de legalização da AUGI de Nossa Senhora dos Enfermos, situada em Camarões, na freguesia de Almargem do Bispo.
A maior parte destas áreas está localizada em Almargem do Bispo, Rio de Mouro, São Pedro de Penaferrim e São João das Lampas.
Fernando Seara adiantou que a solução para a legalização de outras áreas resultará da necessidade de reclassificação da Rede Ecológica Nacional (REN) e Rede Agrícola Nacional (RAN).  
No total o município de Sintra vai gastar três milhões de euros nas obras de reconversão destas áreas de génese ilegal, apontou. Segundo o autarca, o processo de legalização de AUGI é por vezes difícil, já que por vezes existem litígios entre os proprietários das propriedades. 
"Nestas situações, primeiro criámos o acesso à água e depois fomos fazendo um conjunto de pequenas intervenções para sensibilizar as administrações [de moradores] e mostrar que aquelas que colaborassem tinham total disponibilidade da câmara para a legalização", disse.
Presente na iniciativa, o presidente da junta de Almargem do Bispo, Rui Maximiano, considerou que a legalização das AUGI da sua freguesia "é de extrema importância" para que cerca de três mil pessoas tenham acesso a novas condições de vida e para que esses bairros entrem no século XXI.
"Hoje inicia-se uma nova esperança para que sejam dadas novas condições de vida às populações que residem nestas áreas, que são bastante extensas e com muita população que tem direito a ter as infraestruturas básicas", disse.
O autarca adiantou que parte desta população que reside às portas da capital do país não tem acesso a saneamento e a água e recorre a situações como a compra de água a privados ou usa chafarizes públicos.