Os partidos da oposição na Câmara de Cascais e movimentos de cidadania do concelho contestaram hoje o Plano Diretor Municipal (PDM) proposto pela autarquia (PSD/CDS-PP), que consideram “desrespeitar” as regras ambientais.
Numa conferência de imprensa que reuniu vereadores do PS, CDU, SerCascais, deputados do Bloco de Esquerda e 13 movimentos de cidadãos e ambientalistas, o porta-voz da ação, Rómulo Machado, considerou “monstruosa” a atual proposta de PDM.
"O que se prepara para acontecer em Cascais é uma barbaridade, uma monstruosidade, porque prevê a destruição total das últimas estruturas verdes do concelho e não se consegue perceber o objetivo desta destruição e do aumento de zonas urbanizáveis", sustentou.
O porta-voz lembrou que o atual presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, defendeu em 2000 e 2001 um PDM que "não permita reduzir espaços verdes", que "em momento algum se aumentasse as áreas urbanizáveis e índices de construção" e "reduzir em pelo menos 30 por cento o potencial edificável do concelho".
"O que queremos é muito simples: que sejam concretizadas as propostas do presidente da câmara de 2000 e 2001. Se ele fizer isso, está tudo bem. Não percebemos porque é que ele mudou de propostas se nada se alterou no concelho", afirmou Rómulo Machado.
Também Ana Azevedo, do Fórum por Carcavelos, acusou o executivo liderado por Carlos Carreiras de estabelecer um período muito curto para a discussão pública do PDM e de desvalorizar as opiniões dos munícipes.
"É um volume imenso de documentos para ser analisado só em 30 dias. Há muitas sugestões de munícipes que não são contabilizadas. Isso mostra arrogância e falta de preparação democrática. Se este PDM não for rejeitado, temo coisas muito graves em Cascais", sustentou.
O comunicado de protesto, que considera a aprovação do PDM uma "afronta, quer ao desenvolvimento sustentável e preservação da identidade do concelho, quer à qualidade de vida, segurança e ambiente ecologicamente equilibrado", é assinado pelo Bloco de Esquerda, CDU, PS e SerCascais.
Além disso, também o movimento Cidadania Cascais, Grupo Ecológico de Cascais, Liga para a Proteção da Natureza, Quercus, SOS Salvem o Surf, MovCascais, Amigos do Pinhal do Livramento, Associação Amigos da Marinha, Associação de Moradores da Areia, Associação de Moradores de Aloinhas Velhas e Associação para a Constituição da Fundação Nacional para Conservação do Património Português assinaram o documento.