Pais apelam à Câmara de Cascais para impedir encerramento de creche da Misericórdia

Um grupo de pais de crianças que frequentam a creche do Arneiro, em Cascais, apelou hoje ao presidente da câmara para impedir o encerramento daquele equipamento, previsto para 2016, segundo informação da Santa Casa da Misericórdia.
 
Fotografias e um vídeo com declarações das crianças a valorizarem a qualidade da creche do Arneiro foram hoje exibidos durante a assembleia municipal de Cascais, numa forma de "sensibilizar e apelar" à autarquia para que mantenha o espaço a funcionar.
 
"Esta é a nossa forma de mostrar a nossa profunda indignação pela informação que tivemos há poucos dias, numa circular enviada pela Santa Casa, de que a creche do Arneiro vai fechar as suas portas em 2016, ou seja, a partir do próximo ano não temos onde deixar os nossos filhos", disse Joana Caires.
 
A representante do grupo de mães presente na reunião de hoje questionou ainda o presidente da câmara sobre quais as alternativas e o que é possível fazer para que o espaço não encerre.
 
"São 83 crianças que lá estão. Sabemos que há ainda uma longa lista de espera. É uma creche com muita qualidade e que nos deixa descansadas quando deixamos os nossos filhos antes de ir para o trabalho", apelou Marta Leite.
 
O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, confirmou que a autarquia já foi informada da decisão da Santa Casa da Misericórdia e disse que têm havido reuniões para resolver a situação.
 
"Manifestei incómodo por não nos ter sido dada a possibilidade de uma solução antes de se criar alarmismo aos pais", referiu.
 
O autarca adiantou ainda que não é só a creche do Arneiro que está em risco de fechar portas, uma vez que, de acordo com a Santa Casa, são um total de nove creches que dão prejuízo, num total de 300 mil euros anuais.
 
Carlos Carreiras assegurou aos pais presentes que a autarquia está "disponível para se chegar à frente na salvaguarda das nove creches que dão prejuízo".
 
"Já dissemos ao senhor provedor que a Câmara de Cascais está disposta a avaliar o património da Santa Casa e dar esse valor à Santa Casa", sustentou.
 
O presidente da Câmara de Cascais referiu ainda que o prejuízo em causa, de acordo com as contas por si analisadas, resulta de "má gestão".