O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito à morte de seis jovens na praia do Meco, concluindo ter sido um acidente.
O pai de uma das seis vítimas da tragédia na praia do Meco disse hoje à agência Lusa não ter ficado surpreso com o arquivamento do processo e adiantou que pretende recorrer da decisão do tribunal.
"Surpresa não foi. Já devia ter sido há mais tempo, mas nós [pais] avançámos com um processo contra João Gouveia [o único sobrevivente] e terceiros. Nós vamos recorrer", disse António Soares, pai de Catarina Soares, uma das jovens que morreram na praia do Meco em dezembro do ano passado.
O jornal Correio da Manhã avança na sua edição de hoje que o caso foi arquivado na quinta-feira, enquanto o Diário de Notícias refere que o MP de Almada concluiu que foi um acidente e que não pode ser imputada qualquer responsabilidade criminal ao único sobrevivente.
Em declarações à Lusa, António Soares disse que oficialmente ainda não tem conhecimento do arquivamento do processo e que soube do arquivamento através da comunicação social.
"Agora vamos marcar uma reunião com os pais para saber qual a estratégia que vai ser utilizada. Aguardamos também as instruções do nosso advogado", disse.
A tragédia aconteceu em dezembro do ano passado, quando seis jovens foram arrastados por uma onda na praia do Meco, Sesimbra, tendo havido apenas um sobrevivente, João Gouveia.
O caso foi, quase de imediato, ligado a rituais de praxes, já que todos os jovens pertenciam à Comissão Oficial de Praxes Académicas da Lusófona (COPA).
Em fevereiro, os pais dos seis jovens que morreram anunciaram que iam interpor uma "queixa-crime contra o sobrevivente, João Gouveia", e pediram à PGR que os ajudasse "a descobrir a verdade".