Um palacete do século XIX em Belas, no concelho de Sintra, alegadamente ‘assombrado’, vai abrir as portas a partir de sexta-feira para visitas guiadas, nas quais os mais corajosos podem enfrentar os seus medos e até encontrar ‘fantasmas’.
A Quinta Nova da Assunção é um palacete da Câmara Municipal de Sintra, no centro de Belas, que vai ser animado pela Reflexo – Associação Cultural e Teatral às sextas-feiras e aos sábados, entre as 21:30 e as 24:00.
A associação preparou uma visita guiada cronometrada, conduzida por um áudio-guia, um sistema em que a pessoa é guiada por uma voz que ouve através de auscultadores, pelas 25 assoalhadas do palácio.
“Nós jogamos com o medo a um nível mais do psicológico, da sugestão, um medo que eu considero mais interior, e não aquele medo da ‘passagem do terror’ que havia na feira popular. Este é um tipo de medo que se vai intensificando durante a experiência, durante a visita à casa e porque é uma casa que também tem a sua própria carga, tem as suas próprias histórias”, disse Michel Simeão, da Reflexo.
O promotor assegura que a visita vai envolver muito os sentidos dos participantes.
Além da sensação de medo da visita, os intervenientes são convidados a ir recolhendo pistas durante o percurso, com o objetivo de encontrar mais rapidamente a saída do palácio.
“Nem todas as pessoas gostam de ser sujeitas a este tipo de sensações. Nós utilizamos muito os sentidos das pessoas. Desde a audição, no ‘audioguide’, à visão, porque há coisas que parece que se veem mas que não se veem. Mesmo o próprio tato é uma coisa que vai ser muito posta a prova, o odor”, salientou.
As visitas duram cerca de 50 minutos, exigem marcação prévia e os horários têm de ser escrupulosamente cumpridos.
Ao todo podem entrar até 54 pessoas por noite, divididas em grupos de nove, que entram apenas quando as portas se abrirem, de meia em meia hora.
A organização avisa que é impossível abandonar a experiência a meio, porque também “não se salta de um voo de avião”.
É proibido levar para dentro da casa qualquer tipo de aparelho eletrónico, seja de comunicação, captação de imagem ou som, ou ainda qualquer outro tipo de objeto gerador de luz, como lanternas e isqueiros.
A experiência custa 10 euros por pessoa.