Proteger o Palácio Nacional de Queluz do “agressivo ambiente urbano” é uma das prioridades da Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), que assumiu a gestão do monumento, a par do Palácio da Vila (Sintra), no passado mês de Setembro. A estratégia foi revelada na cerimónia de lançamento da colecção de selos dedicada aos 'Palácios de Portugal', que teve lugar em Queluz no passado dia 3 de Outubro, e que contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Na primeira cerimónia organizada em Queluz, após a transferência da gestão, o presidente da PSML, António Lamas, enunciou a necessidade de rever a zona de protecção, “reduzir a poluição visual que, no IC19, ofusca o palácio, com especial atenção aos sinais e à passagem superior colocada” na envolvência do monumento. Para o efeito, a empresa defende, ainda, a necessidade de “controlar as propriedades públicas adjacentes e plantar cortinas de árvores que protejam o palácio”.
“Os investimentos mais urgentes são o restauro das fachadas, em especial todas as portadas e janelas, das coberturas, do Pavilhão do Robillion (que ameaça ruína) em particular, e dos jardins, com a reabilitação de caminhos, bosquetes e quilómetros de sebes de buxo”, salientou o responsável, que fez votos que seja possível obter recursos do mecanismo europeu EEA Grants, “que nos foi prometido”, à semelhança do que já sucedeu para a concretização da requalificação do Palácio de Monserrate e do Chalet da Condessa.
A PSML vai concretizar os investimentos de requalificação do monumento “e são muitos porque não foram feitos investimentos significativos nos últimos anos”, à excepção, frisou Lamas, dos “restauros das fontes e estátuas de chumbo dos jardins”. Além dos eventuais recursos externos a obter, a empresa conta com capitais próprios, “receitas de outros locais que já gerimos”, mas sem qualquer contributo estatal. “Vivemos das receitas das cobranças de entradas, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos”, relembra.
Perante esta realidade, a estratégia implementada compreende “a recuperação de jardins, palácios e construções, conduzida, sempre que possível, à vista do público, de modo a que possam constituir novos pólos de interesse, atraírem mais visitantes e angariarem mais receitas”. No final de 2012, sem contabilizar ainda os dois novos monumentos, a Parques de Sintra espera atingir um milhão e 200 mil visitantes. Com a meta, para 2013, a ascender a um milhão e 800 mil visitas.
“As alterações da gestão de valores patrimoniais constituem, geralmente, uma oportunidade excelente para saltos qualitativos”, frisa António Lamas, que espera que tal seja possível no Palácio de Queluz (que inclui as instalações da Escola Portuguesa de Arte Equestre), mas, advertiu, tal depende da colaboração da Direcção-Geral do Património Cultural, do Ministério da Agricultura, “que tutela alguns dos terrenos envolventes”, e da Câmara de Sintra.
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