O Palácio do Marquês de Pombal, que foi propriedade da família de Sebastião José Carvalho e Melo, em Oeiras, vai abrir ao público no dia 22 de junho, depois de várias décadas encerrado por falta de condições.
Antiga propriedade do Marquês de Pombal, o edifício apalaçado, cuja construção remonta à segunda metade do século XVIII e foi projetado por Carlos Mardel (arquiteto húngaro que teve um papel fundamental na reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755), vai agora poder ser visitado pelo público, no âmbito de uma oferta turística desenvolvida pela Câmara de Oeiras.
"É uma oportunidade para dar a conhecer toda a riqueza arquitetónica destes edifícios, num espaço que esteve encerrado vários anos por falta de condições e, agora, cumpre-se o desejo de várias pessoas e reforça-se a oferta turística, não só em Oeiras, mas em toda a região de Lisboa", afirmou o presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, após uma visita realizada hoje ao palácio.
De acordo com informação da autarquia, a principal preocupação foi "assegurar a conformidade das intervenções, respeitando o valor dos elementos construídos".
A recuperação do Lagar de Azeite, realizada em 2009, consistiu num investimento municipal de cerca de 140 mil euros. Quanto à obra de recuperação da Adega do Palácio, realizada em duas fases (2012 e 2013), o investimento foi de 220 mil euros.
Durante o ano de 2013, outras ações foram desenvolvidas, como a pintura do salão nobre e salas adjacentes, recuperação da sala de jantar, entre outras, representando um investimento de 410 mil euros, a juntar a outros 39 mil euros em despesas de 2014.
Já este ano, foram realizadas algumas obras, mas estão ainda previstas outras ações que correspondem a um investimento total de cerca de 745 mil euros.
A decisão de abrir o espaço ao público a 22 de junho foi firmada num protocolo entre a autarquia, a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) e a Associação Turismo de Lisboa (ATL).
De acordo com esse protocolo, a ATL compromete-se a assegurar um investimento global de 150 mil euros, aplicado na requalificação das instalações elétricas e pintura das paredes do circuito visitável (50.000 euros), na produção e montagem de sinalética interior e exterior (10.000 euros), na aquisição de áudio-guias e material informático para a plataforma Ticketline (20.000 euros), na produção de materiais (30.000 euros) e na produção de conteúdos multimédia (40.000 euros).
Quanto ao programa turístico criado pela Câmara de Oeiras, deverá ser articulado também entre o palácio e Lisboa (Baixa Pombalina e Lisbon Story Centre).
"Trata-se de um monumento de enorme relevância histórica, tanto para Oeiras como para o país, sendo que o seu interior apresenta um dos melhores conjuntos decorativos do período Pombalino, em especial estuque e azulejos", aponta a Câmara de Oeiras, em comunicado.
A intenção do município de Oeiras de abrir o palácio ao público está integrada no Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2015-2019, que prevê o desenvolvimento da "oferta temática com base no Marquês de Pombal, articulando o Palácio do Marquês de Pombal com áreas chave de Lisboa".
A inauguração do novo espaço vai começar a ser assinalada já na sexta-feira, com um espetáculo de luz projetado nas fachadas dos edifícios e que deverá acontecer até domingo.