A Parques de Sintra apresenta no Palácio Nacional de Queluz, de 20 a 22 de janeiro e com entrada livre, uma estreia absoluta em Portugal: o primeiro concerto virtual em video mapping, “Regresso ao Palácio - A Viagem Concerto”, uma criação original e produção do ateliê OCUBO. O espetáculo é projetado nas fachadas exteriores do monumento, considerado uma referência da arquitetura palaciana da segunda metade do século XVIII.
A empresa assinala desta forma a conclusão da primeira grande campanha de obras de restauro, após a passagem da gestão do monumento para a Parques de Sintra em 2012, que devolveu ao Palácio a sua cor original, o azul, e que, além das fachadas, envolveu intervenções também nos vãos e nas coberturas; a adaptação dos pisos térreos inacabados do Pavilhão Robillion a cafetaria, auditório e espaço de apoio para eventos; e a primeira fase da recuperação do Jardim Botânico.
O espetáculo em video mapping
O concerto virtual tem a duração de 45 minutos e será reproduzido às 19h, 21h e 22h30 nos dias 20, 21 e 22 de janeiro. É composto por temas de Händel, Bocherini e Mozart, tocados pela orquestra Divino Sospiro.
Os mais de 20 músicos que atuam neste inovador concerto são filmados em estúdio, projetados virtualmente na fachada e inseridos nas animações 2D e 3D. As animações são sincronizadas com a música, conferindo dinamismo ao espetáculo. As personagens, também elas filmadas em estúdio, são caracterizadas com um elevado nível de detalhe, tal como os cenários onde vivem, transportando-nos para o séc. XVIII. Este concerto virtual é uma oportunidade única para ver elementos do património artístico, histórico e decorativo do Palácio a ganhar vida em animações fantásticas e surrealistas, em que os tetos, tapeçarias e porcelanas se animam de forma mágica e poética.
Esta é uma das maiores projeções realizadas em Portugal e é feita ao longo de 200 metros de fachada, complementada com uma projeção 360º na estátua de D. Maria I.
Obras de recuperação e restauro
Com um investimento na ordem de 2,9 milhões de euros, o Palácio Nacional de Queluz foi alvo de intervenções aos mais diversos níveis. A principal diferença após esta primeira campanha de restauro passa pela restituição do esquema decorativo e uniformização cromática das fachadas, em que o rosa, misturado ao longo dos anos com outras tonalidades, deu lugar ao azul-cobalto, a cor original indicada nos registos históricos, gráficos e fotográficos compilados na aprofundada pesquisa e estudo realizados pela Parques de Sintra e comprovada pelas análises laboratoriais aos vestígios materiais encontrados no final dos anos 80.
Além dos rebocos das fachadas, esta campanha envolveu ainda a limpeza e tratamento das cantarias e a recuperação dos vãos procurando, sempre que possível, manter os materiais originais. As coberturas da Sala de Jantar e dos pavilhões Robillion e D. Maria foram também recuperadas, com a introdução de isolamento térmico, a beneficiação da estrutura e a substituição da impermeabilização e do sistema de drenagem. Em paralelo, foram ainda revistas as infraestruturas de energia e comunicações e o sistema de proteção contra descargas atmosféricas substituído.
O projeto de adaptação dos pisos inferiores do Pavilhão Robillion, executado em 2015, visou reabilitar os espaços inacabados do monumento, dotando-os de novas funções e dinamizando a oferta de serviços no Palácio com a disponibilização de áreas qualificadas para conferências ou eventos de grupo em horário diurno, sem necessidade de interromper o circuito de visita. Este projetou contemplou também a recuperação da ala mais antiga do Palácio – as antigas fundações do Palacete dos Marqueses de Castelo Rodrigo – que remonta ao século XVI. Nesta intervenção foram criados quatro espaços distintos: cafetaria, auditório, sala de eventos e áreas técnicas (armazéns, balneários e copa de apoio a eventos).
Por último, a recuperação do Jardim Botânico pretende restituir o traçado original através de um conjunto de intervenções que reabilitam alguns elementos construídos, a reposição de peças de estatuária e balaustradas nas suas posições iniciais e a plantação da respetiva coleção botânica. A Parques de Sintra concluiu agora a primeira fase de intervenção, que contemplou a reconstrução de quatro novas estufas em estrutura metálica com reintegração da cantaria original, a recuperação dos painéis azulejares e da cantaria (lago central e estatuária), a execução de caminhos em saibro granítico, com adaptação e reformulação da drenagem superficial, e a instalação de infraestruturas. A segunda fase da intervenção envolverá a plantação da coleção botânica nos canteiros e de ananases nas estufas. (*)
Informações úteis sobre o espetáculo
· Datas: 20, 21 e 22 de janeiro
· Horários: 19h, 21h e 22h30 dos dias
· Preço: entrada livre
· Acesso: nos dias do espetáculo a Avenida Eng.º Duarte Pacheco estará encerrada ao trânsito entre as 17h45 e as 23h30
· Estacionamento: aconselha-se o estacionamento nas imediações do Regimento de Artilharia Antiaérea n.º 1, estando este limitado à capacidade do espaço