Paulo Vistas elogia maturidade política da oposição em Oeiras

Paulo Vistas, vice-presidente da Câmara de Oeiras, afirmou hoje que a prisão de Isaltino Morais “em nada afetou” o trabalho do executivo e que a oposição tem demonstrado uma “grande maturidade política”. “Já tivemos uma reunião de câmara em que as propostas foram todas aprovadas e nenhuma foi rejeitada e uma Assembleia Municipal onde o mesmo se passou. Isto mostra que os partidos políticos têm demonstrado uma grande maturidade política sabendo separar o que é da justiça e o que é da política”, sublinhou.
O número dois da Câmara de Oeiras, que assumiu os pelouros de Isaltino Morais, detido desde a semana passada, falava à agência Lusa à margem de uma Convenção Autárquica do movimento independente Isaltino Oeiras Mais à Frente(IOMAF), realizada esta tarde em Porto Salvo.
Paulo Vistas referiu que ainda não teve oportunidade de falar com Isaltino Morais, devido à greve dos guardas prisionais, mas que o espera fazer “o mais rapidamente possível”.
“Ainda não consegui ter acesso a ele e por isso não sei qual vai ser a posição dele em termos futuros. Tenho é a certeza absoluta que aquilo que ele decidir será em função dos oeirenses e não do seu próprio interesse”, sublinhou.  
Na convenção desta tarde do IOMAF, que vai candidatar Paulo Vistas às eleições autárquicas de outubro, participaram cerca de 700 pessoas, um número que surpreendeu o candidato.
“A adesão superou as nossas expectativas. Vimos isto como um sinal de que as pessoas sentem necessidade de mostrar a sua solidariedade para com o presidente Isaltino Morais”, referiu.
Isaltino Morais foi detido na quarta-feira, 24 de abril, após a Relação de Lisboa ter rejeitado uma nova reclamação do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, que tem de cumprir dois anos de prisão efetiva por branqueamento de capitais e fraude fiscal.
O advogado de Isaltino Morais defendeu, no mesmo dia, que a detenção do autarca de Oeiras é "ilegal" por considerar que existiam questões pendentes em instâncias superiores, tendo pedido de imediato, ao Tribunal de Oeiras, a sua libertação.
O requerimento para libertação imediata do autarca foi rejeitado, estando a defesa a ponderar recorrer desta decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.
Isaltino Morais foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais, num processo relacionado com contas bancárias na Suíça e na Bélgica que não teriam sido declaradas ao fisco e ao Tribunal Constitucional.
Posteriormente, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, viu a sua pena ser reduzida para dois anos de prisão pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais e anulada a pena de perda de mandato.
Em 2011, Isaltino Morais chegou a ser detido por menos de 24 horas ao abrigo de um despacho do Tribunal de Oeiras, que considerou que a sua condenação tinha transitado em julgado.