O PCP promoveu um debate sobre a reforma administrativa, cuja lei irá ser apreciada pelo Presidente da República e que prevê a extinção mais de metade das freguesias urbanas. Os comunistas estão contra a proposta do Governo por considerarem que a medida irá prejudicar as populações e criticam a apresentação de projectos por parte de todos aqueles que não concordam.
“Se não concordamos com esta reforma, que irá prejudicar todos, não podemos apresentar propostas alternativas, temos que mostrar que estamos contra”, referiu António Carixas, vereador na Câmara da Amadora (CMA) eleito pela CDU, salientado ser “necessário que a população se manifeste contra”.
Na sessão de esclarecimento que decorreu na Damaia, o autarca considerou que “a Amadora, município criado após o 25 de Abril, surgiu da vontade das populações” e todo o desenvolvimento alcançado até aos dias de hoje “foi feito pelo poder local após à separação de Oeiras”.
António Carixas lembrou que “a criação, primeiro das oito freguesias e depois, em 1997, de mais três, não foi um processo imposto, mas conseguido pela vontade da população”. “Sabemos que há neste momento, antes da discussão da redução das freguesias, a vontade de criar mais freguesias na Amadora, como por exemplo em À-da-beja, Carenque ou Moinhos da Funcheira”, acrescentou.
O responsável garante que “a população não quer, por isso, a redução de freguesias, muito pelo contrário” e disse acreditar que “a ser posta em prática a reforma administrativa, seremos todos prejudicados”.
O vereador comunista lamentou que outros partidos já tenham apresentado propostas alternativas, mesmo não concordando com a Reforma do Governo. “O PS já nos apresentou um projecto que prevê o fim da freguesia da Damaia, tal como, a freguesia da Falagueira, ambas com uma importância histórica para o município”, criticou.
Segundo a explicação que apresentou perante uma plateia de mais de duas dezenas de pessoas, a proposta que o Partido Socialista pretende apresentar na Câmara, prevê a redução de onze para seis freguesias, em que a Damaia ficará divida, passado a zona sul (cima) a pertencer à freguesia Mães de Água, que incluirá a Buraca e parte da Reboleira. A zona norte (Damaia de Baixo) será integrada na freguesia de Nossa Conceição à Lapa, a que se junta a Venda Nova, Falagueira e Mina. “Ao contrário do que possa parecer, a população não está a ser ouvida neste processo”, acusou.