Mais de 1.400 pessoas já assinaram uma petição ‘online' contra o alargamento do estacionamento pago em Cascais e que acusa a Câmara Municipal de não proporcionar alternativas gratuitas aos munícipes e de agravar dificuldades de mobilidade.
"Os munícipes de Cascais estão alarmados com a entrada em vigor do Regulamento de Estacionamento Controlado do Concelho de Cascais, que alargou o número de lugares de estacionamento pago, através da quase eliminação dos lugares que eram do domínio livre e gratuitos", lê-se na introdução da petição.
Com 1.436 subscritores, o documento, que não está assinado, indica que, "com a expropriação de espaços de estacionamento livre, a Câmara não cuidou de proporcionar alternativas aos munícipes para estacionarem as suas viaturas sem terem que suportar pesadas taxas".
A petição tem a finalidade de ver revogada a decisão da Câmara de Cascais e pretende que o executivo pressione o Estado para melhorar os transportes coletivos rodoviário e ferroviário, promovendo também a construção de silos de parqueamento automóvel.
O mesmo documento acusa a autarquia liderada por Carlos Carreiras de estar a contribuir para o "agravamento das dificuldades de mobilidade, forçando a deslocação dos automóveis para áreas e locais distantes e a parquear em zonas impróprias como nos passeios e nas bermas, sujeitando os munícipes a multas e a reboques de custos incomportáveis".
Os assinantes consideram que "o estacionamento pago é por demais injusto, penaliza e agrava a já difícil condição económica da maioria da população do concelho, mal servida com meios de transporte coletivo".
A petição considera os comerciantes "vítimas desta decisão camarária", uma vez que "os seus clientes são forçados a desviar-se para as grandes superfícies comerciais, onde o estacionamento é mais fácil e gratuito".
"Já ao longo de muitos anos que a câmara vem cobrando o estacionamento em 1.657 lugares distribuídos por várias localidades. No entanto, não sabem os munícipes que destino foi até agora dado às receitas assim arrecadadas", lê-se.
As medidas agora contestadas já foram aprovadas em fevereiro de 2014.
Na ocasião, os partidos da oposição contestaram o novo regulamento, tendo também promovido um abaixo-assinado.
Na ocasião, o vereador que tutela a empresa Cascais Próxima, Nuno Piteira Lopes, explicou que o alargamento do estacionamento pago visa "promover a baixa generalizada do preço do estacionamento para todos os munícipes".
"Dirão que essa baixa de preços é motivada pelo alargamento do estacionamento pago? Verdade. Mas para que todos paguem menos, alguns têm que pagar alguma coisa", justificou o vereador na altura.
Contactada pela Lusa, a autarquia escusou-se a comentar a petição em causa, adiantando apenas que será "em breve" apresentado um plano geral de mobilidade "inovador".
O município não especificou que alterações estão previstas quanto ao número de lugares.