A plataforma espanhola de transporte privado Cabify está aberta ao diálogo com o Governo e com os taxistas para se encontrar uma solução para o impasse no setor.
"Respeitamos a opinião do setor do táxi. Estamos abertos ao diálogo e empenhados em encontrar uma solução", disse aos jornalistas Nuno Santos, diretor geral da Cabify Portugal.
O responsável falava na conferência de imprensa de apresentação daquela plataforma que começou hoje a operar em Lisboa e arredores.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, adiantou que vai recorrer aos tribunais assim que a Cabify começar a funcionar em Portugal.
Por seu lado, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, afirmou que apenas aceitará a instalação daquela plataforma caso se limite a distribuir serviços a taxistas e a funcionar com viaturas descaracterizadas autorizadas.
A funcionar de forma semelhante à concorrente Uber, o responsável da Cabify Portugal admitiu aos jornalistas que pode vir a trabalhar com taxistas em Lisboa, tal como já faz em Espanha.
Outro fator que Nuno Santos considera como "diferencial" é o método de cobrança: não utilizam tarifa dinâmica e cobram apenas pelos quilómetros percorridos (1,12 euros/km) e não pelo tempo de duração da viagem.
No entanto, têm uma tarifa mínima de 3,5 euros dentro da cidade de Lisboa.
A Cabify permite fazer reservas de viagens e, além do cliente particular, oferece também serviço a empresas.
Para já, opera apenas na Grande Lisboa, mas pretende alargar a oferta a outras cidades, tendo Nuno Santos escusado dizer quando e quais.
O diretor geral escusou-se também a revelar qual o investimento feito pela Cabify em Portugal, com quantos carros vai trabalhar em Lisboa ou quantos taxistas já se mostraram interessados em colaborar com a plataforma espanhola.
Revelou apenas que os motoristas são certificados, que os carros têm seguros de responsabilidade civil e acidentes pessoais e que vão arrancar a operação com a oferta de apenas um serviço, o Cabify Light.
"É o serviço mais utilizado. É a gama líder. O nosso objetivo é expandir a gama e o tipo de serviço em Portugal", acrescentou.
De momento, não oferecem ainda transporte para deficientes, mas Nuno Santos admite que é "do interesse" da empresa ter carros adaptados.
A Cabify foi fundada em Espanha em 2011, tem 300 trabalhadores e opera atualmente em cinco outros países (México, Chile, Colômbia, Peru e Portugal).
Para este mês está ainda previsto que comece a trabalhar no Brasil.