João Lagos espera que "o futuro do ténis seja diferente daquele que teve a fórmula 1, que nunca mais regressou a Portugal", na sequência do anúncio de que abandonaria a organização do Portugal Open.
"Prescindo, desta forma, do meu maior projeto de vida", lamenta o empresário em nota enviada às redações, na qual refere que "é o país que perde importantes ativos de promoção internacional e que o qualificam enquanto destino de excelência".
Segundo o empresário, que esteve 25 anos à frente da principal prova portuguesa de ténis, "oxalá o mesmo não suceda a outros eventos de renome internacional, como é o caso do Rali de Portugal".
"Foi o mais longo encontro de ténis que joguei em toda a minha vida. Chegou a um quinto e último `set´, com troca de `match-points´ constantes entre mim e o adversário. Mas, por mais `winners´ que tenha assinado ao longo de 25 anos, e foram muitos, acabei por ceder exausto, mas só depois de deixar tudo em `court´", escreve João Lagos.
Na nota é referenciada a condecoração com a Ordem de Mérito pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio, em 2005, e o facto de ter sido decretado, no corrente ano, o interesse público nacional em relação ao próprio Open.
"São gestos que me encheram de orgulho e só possíveis de receber por sempre ter posto a alma e o coração em tudo o que fiz, muitas vezes em detrimento da minha vida pessoal, mas que trocaria de bom grado se as autoridades competentes tivessem tido a visão que se impunha para dar ao Open as condições mínimas que, desde há muito, era merecedor", confessa.
Laurent Delanney, administrador executivo do ATP Europe, citado no comunicado e perante a informação do abandono de João Lagos, destacou "a longa história do Portugal Open no ATP World Tour", agradecendo ao empresário "todo o contributo para a modalidade do ténis ao longo dos últimos 25 anos".