SMAS contrariam tendência e admitem aliviar factura. O pior são as taxas de saneamento.
O preço da água em Almada “não vai aumentar”. A garantia é dada pelo presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada em declarações ao Jornal da Região. Aliás, pelas contas de José Gonçalves o preço da água no concelho “poderá baixar” nos próximos anos, embora a factura venha a apresentar um valor superior “devido à taxa de saneamento”. É que as Estações de Tratamento de Água Residuais “têm um custo de manutenção elevado”, o que se reflecte na factura final.
Com isto, o presidente dos SMAS pretende desmistificar a afirmação da ministra do Ambiente que considera “inevitável” a subida do preço da água para que o sector seja sustentável. Assunção Cristas identificou, recentemente, uma dívida das autarquias à Águas de Portugal no valor de 3 milhões de euros, pelo que justifica a necessidade de subir o preço da factura para evitar um escalonar “crónico” negativo do sector. A solução é, por isso, privatizar.
Para José Gonçalves o discurso da ministra esconde outros interesses. “O Governo pretende que o sector das águas seja ainda mais atraente para o privado”. Portugal “paga menos pela água que os outros países da Europa”, diz o responsável pelos SMAS, e faz contas: “Considera-se que os portugueses pagam cerca de um por cento do seu rendimento pela água que consomem, quando na Europa esta taxa está em 3 por cento”. Portanto, “o que o Governo está a dizer aos privados é que o sector da água é rentável, mas por de ser ainda três vezes mais rentável”.
Humberto Lameiras
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