O "extraordinário domínio da língua portuguesa", com "elegância e mestria" levaram o júri a distinguir com o Prémio Fernando Namora/Estoril Sol, o romance "Domínio Público", de Paulo Castilho, disse o presidente do júri, Vasco Graça Moura.
Em declarações à Lusa, o escritor Vasco Graça Moura afirmou que o júri notou "a maneira lúcida quanto irónica como [Castilho] caracteriza as personagens", destacando a "surpreendente narrativa como analisa as relações entre as personagens na sociedade portuguesa".
O autor que irá receber o galardão no valor de 25.000 euros, em "data a anunciar", foi uma escolha por maioria, disse a mesma fonte.
O júri salientou ainda a "forma agilizada com que o autor caracteriza as personagens" e a "remissão que faz para personagens de obras clássicas portuguesas como 'Maria Adelaide', de Manuel Teixeira Gomes, ou as de Eça de Queirós".
A "surpreendente narrativa e a formas como as personagens se entrelaçam com o seu diálogo interior" foram outras qualidades da narrativa de Paulo Castilho que o júri teve em conta.
Além de "Domínio Público", de Paulo Castilho, as outras obras finalistas a este galardão instituído há 15 anos pela Estoril Sol, foram "Anatomia dos Mártires", de João Tordo, "Cartas Vermelhas", de Ana Cristina Silva, "A Noite das Mulheres Cantoras", de Lídia Jorge e "O Retorno", de Dulce Maria Cardoso.
Paulo Castilho, 68 anos, com o romance "Fora de Horas", em 1989, recebeu o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores, e os Prémios Pen Club e Eça de Queirós.
Diplomata, ficcionista e ensaísta, estreou-se literariamente na década de 1980 com o romance "O Outro Lado do Espelho" que lhe valeu o Prémio Literário Diário de Notícias.