O presidente da CP-Comboios de Portugal, Manuel Queiró, mostrou-se hoje disponível para ir à Assembleia da República prestar todos os esclarecimentos necessários sobre a redução de 51 comboios na Linha de Cascais.
A informação foi adiantada à agência Lusa pela porta-voz da CP, Ana Portela, em resposta ao repto lançado na segunda-feira pelo grupo parlamentar do PS, que disse querer ouvir Manuel Queiró na Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República.
"Num momento de rigor de dinheiros públicos, a CP constatou que havia comboios praticamente vazios e decidiu ajustar os comboios à procura e daí veio a decisão que está a levantar todas estas questões", adiantou Ana Portela.
Além disso, acrescentou, a remodelação de horários irá também permitir reduzir o desgaste do material.
A Linha de Cascais passou a ter, desde domingo, menos 51 comboios - os que faziam o trajeto rápido entre as 10:00 e as 17:00 - e novos horários de circulação, uma decisão que foi contestada pelo PS, bem como pelos presidentes de Câmara de Cascais e de Oeiras, que lamentaram ainda que as autarquias não tivessem sido consultadas.
"O presidente da CP compreende as preocupações dos autarcas e vamos responder a todas as dúvidas. A CP, efetivamente, poderia tê-lo feito [falar com os presidentes de câmara antes de tomar a decisão] e, por isso, está disponível para o diálogo e confiante de que as explicações serão entendidas", disse Ana Portela.
A porta-voz reiterou, ainda, que a CP está a "monitorizar de perto a evolução da procura" na Linha de Cascais e assegurou que, se for necessário, serão feitas alterações.
Na Linha de Cascais, que liga a vila ao Cais do Sodré, em Lisboa, passando ainda por Oeiras, circulavam 251 comboios por dia e, desde domingo, passaram a circular 200.
A decisão, segundo a empresa, surgiu após uma análise feita à procura daquela linha férrea, da qual se constatou que o volume total de passageiros naquele período, cerca de 11 por cento, não justificava a frequência de comboios rápidos.