O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou hoje, na Amadora, que irá à República Centro Africana (RCA) durante a missão que os militares portugueses irão desempenhar no âmbito da ONU e que tem início em julho.
"Tenciona o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas ir em tempo oportuno à República Centro Africana para poder estar convosco e partilhar o sucesso da vossa missão", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que adiantou depois que a visita decorrerá "até ao final do ano".
O Presidente da República dirigia-se aos 149 militares do Exército que partem em julho para a RCA e que estão em fase de aprontamento no Regimento de Comandos da Amadora (Lisboa).
Esta força é composta por 149 militares, cinco dos quais mulheres, estará sob o comando do major de Infantaria Musa Paulino, e será entregue como Força de Reação de Rápida no âmbito da missão de estabilização das Nações Unidas na República Centro Africana, MINUSCA.
Ao som da música "O melhor de mim", da fadista Mariza, Marcelo Rebelo de Sousa assistiu à formação das tropas em parada e dirigiu-se aos militares afirmando que não estarão isentos de riscos porque "não há missões sem riscos".
No entanto, disse acreditar no sucesso da missão e salientou a sua importância política, frisando que "o que se passa no centro de África e no norte de África determina migrações económicas, sociais, refugiados, toda a geopolítica do continente europeu".
Na sua primeira visita ao Exército, o Comandante Supremo das Forças Armadas destacou, em declarações aos jornalistas, que o ramo "é essencial às Forças Armadas" e avançou que "vai estar ainda mais envolvido em missões internacionais".
Nesse sentido, o Presidente da República adiantou que vai reunir em julho o Conselho Superior de Defesa Nacional para "continuar a analisar a perspetiva de missões que estão pendentes".
O envio de forças portuguesas para a República Centro Africana foi aprovado no Conselho Superior de Defesa Nacional, a 24 de março passado, faltando ainda a certificação por parte da ONU, um passo necessário para a participação dos militares portugueses.
De acordo com o Exército, entre os meios materiais que a força portuguesa levará para a RCA destacam-se uma viatura tática blindada de transporte de pessoal, com capacidade para transportar uma Equipa de Comandos equipada e armada e uma viatura tática ligeira de assalto com elevado poder de fogo em 360 graus.
Esta viatura, que equipa o Batalhão de Comandos, está ao serviço do Exército desde 2011.
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, o secretário de Estado Marcos Perestrello, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro e o novo Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, acompanharam Marcelo Rebelo de Sousa na sua primeira visita ao Exército.
O ramo conta com 17.199 efetivos, à data de 30 de abril, dos quais metade são praças, 23% são sargentos, 15% são oficiais e 11 % são civis.
Do total de efetivos, apenas 16% são mulheres.
Atualmente, o Exército tem empenhados 236 militares nas diferentes estruturas missões e nas estruturas da ONU, NATO e União Europeia.