Vidros partidos, mesas reviradas, tetos caídos, areia e entulho são os principais estragos provocados pelo mar nos restaurantes e bares da praia de Carcavelos, em Cascais, aos quais os proprietários estimam prejuízos de milhares de euros.
O bar Fizz foi um dos que sofreu mais danos devido à força do mar esta madrugada, com a esplanada a ser engolida por ondas violentas.
"Há 30 anos que aqui estou e nunca vi nada assim. O mar já aqui tinha chegado algumas vezes, mas nunca com esta violência. Ainda não sei os prejuízos, será muito dinheiro certamente, mas estou à espera da avaliação dos técnicos", afirmou à agência Lusa o proprietário do bar, Paulo do Rosário.
No extremo oposto da praia de Carcavelos, os estragos são semelhantes e os funcionários dedicam-se agora a remover o lixo e a areia no interior dos seus estabelecimentos.
O proprietário do restaurante Estrela do Mar, António Jorge, estima também milhares de euros de prejuízo.
"Tenho tudo destruído, de uma ponta à outra do restaurante. Rebentou portas, portadas, vidros, estragou as arcas frigoríficas, perdi tudo, mas agora é erguer e ir para a frente", disse o responsável que, sem seguro, estima ter de gastar "muitos milhares de euros" para reconstruir o seu estabelecimento.
O vizinho restaurante Pérola foi também vítima da força do mar e, segundo contou o proprietário Miguel Neto, arrastou balcões muito pesados no interior do estabelecimento.
José Silva, da associação Amigos e Concessionários da Praia de Carcavelos, lamentou também o cenário de destruição.
"Desde as cinco da manhã que cá estou a ajudar na limpeza e, ainda a essa hora, era muita a força do mar. Todos os anos o mar chega aqui ao paredão e os bares a poente acabam por ser afetados, mas nunca aconteceu com esta violência", contou.
Após uma visita à praia de Carcavelos, o comandante da Polícia Marítima de Cascais, Dario Moreira, disse à Lusa que a situação da Costa do Estoril, apesar dos estragos visíveis, não é tão grave como por exemplo Sintra, Mafra e a zona sul de Torres Vedras.
"Felizmente não há a assinalar acidentes pessoais. Agora há, sim, um trabalho de restauro e limpeza, desagradável e onerosos, mas expectável quando estamos a falar da orla costeira", acrescentou.
O comandante frisou que "o pior já passou", mas desaconselhou a circulação no paredão do Estoril, onde se registaram também estragos na zona do Tamariz, para que as equipas de limpeza possam cumprir o seu trabalho.