Proprietários de carros danificados pelo transbordo de ribeira em Oeiras fazem contas aos prejuízos

 

Bancos cobertos de lama e água, objectos pessoais estragados e motores avariados são alguns dos danos causados aos carros que estavam no Jardim Municipal de Oeiras, inundado na quinta-feira à noite com o transbordo da ribeira da Laje.
Passava pouco das 09:00 de hoje quando José Mendes estava ainda pacientemente, com uma garrafa de plástico, a retirar água do interior do carro do filho.
"O motor funciona, felizmente, mas por dentro está cheio de água e de lama", contou à agência Lusa.
Também Rafael Campos foi ainda na quinta-feira à noite ao local onde tinha o carro estacionado e encontrou-o parcialmente coberto de água, "quase com um metro de altura".
"Tenho o carro todo sujo e o motor não funciona. Tenho seguro, mas acho que não cobre isto, portanto de certeza que vai ser um grande prejuízo", disse.
Isabel Magalhães foi também surpreendida pelo "caos" ainda na quinta-feira, mas o elevado nível da água não lhe permitiu retirar o carro.
"Não conseguia tirá-lo daqui porque tinha água pelos vidros. Enquanto o nível da água não descesse não havia nada que pudéssemos fazer", explicou, referindo que os prejuízos "vão ser grandes, sem dúvida nenhuma".
"Estou a accionar os recursos para ver o que se pode fazer, mas é dramático", concluiu.
Esta manhã, também o presidente da Junta de Freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Carlos Morgado, foi ao local fazer contas aos estragos, embora já esteja habituado à situação.
"Sou presidente desta junta há sete anos e esta é a quarta vez que isto acontece. Foi muito complicado, porque quando há dias com bastante chuva e que coincide com a preia-mar verifica-se esta situação e quem está perto deste leito de cheia está sujeito a isto", sustentou.
Além dos cerca de 60 carros que ficaram parcialmente submersos, também o pavilhão da Associação Desportiva de Oeiras ficou danificado e, esta manhã, vários funcionários dos serviços municipais da câmara estavam a proceder aos trabalhos de limpeza.
Contactado pela Lusa, o responsável pela Protecção Civil de Oeiras, Filipe Palhau, adiantou que a inundação provocada pelo transbordo da ribeira da Lage foi dada como resolvida cerca das 22:30 e que no local estiveram vários elementos dos bombeiros, da PSP e da Polícia Municipal.  
Foram ainda registadas outras ocorrências de inundações na via pública e que chegaram a obrigar ao corte do trânsito, nomeadamente na Estrada do Cacém, na Estrada da Amadora e na Estrada Militar, que ligam o concelho a municípios vizinhos.