PS de Cascais acusa executivo de usar Plano Director Municipal como arma eleitoral

PS de Cascais acusa executivo de usar Plano Director Municipal como arma eleitoral
O líder da concelhia de Cascais do PS acusou hoje o presidente da Câmara (PSD/CDS-PP) de ter "pressa" em discutir o Plano Diretor Municipal (PDM) do concelho, servindo-se do documento como "arma de ilusionismo eleitoral".
O presidente do PS de Cascais, Alexandre Sargento, disse hoje à Lusa que, numa reunião extraordinária na quinta-feira, o presidente da autarquia, Carlos Carreiras, comunicou aos vereadores que iria entregar à Comissão de Acompanhamento da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo um novo projeto do PDM.
Na ocasião, contou o responsável, a vereadora socialista Teresa Gago manifestou "estranheza" e "discordância", considerando tratar-se de uma "precipitação" que tem como objetivo "dificultar uma análise e discussão séria para não detetar situações indesejáveis".
"Ao fim de 12 anos, três mandatos maioritários e três diretores municipais, a coligação PSD/CDS-PP quer impor, nos escassos oito meses que lhe restam, a elaboração inconsistente de um novo PDM. Qual é a pressa?", questionou Alexandre Sargento.
O líder concelhio socialista acusou ainda o presidente da Câmara de “falta de credibilidade”, por ter prometido que o novo documento não seria aprovado antes das eleições e de colocar a discussão do PDM para "iludir os eleitores".
"É óbvio que as próximas fases de discussão do PDM vão condicionar o debate político eleitoral e vão criar expectativas que não deveriam ser criadas em ano de eleições", sustentou.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Cascais reiterou a promessa de que, por questões éticas, o PDM não seria aprovado antes das eleições.
"Não será votado neste mandato, mas, agora que está tudo consensualizado a nível burocrático, seria irresponsável adiar a discussão deste projeto. Já perdemos muito tempo", afirmou Carlos Carreiras.
O autarca mostrou-se ainda surpreendido pela reação do líder socialista concelhio, até porque contactou o candidato do PS à Câmara, João Cordeiro, "para lhe dar conta do procedimento e não houve nenhuma oposição da parte dele".