O PS de Oeiras acusou hoje o presidente da câmara de "imaturidade" e de "falta de visão" por ter anunciado que iria contestar o despacho do Governo que extinguiu o metro urbano de superfície do concelho.
O presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas (Movimento Independente Isaltino Oeiras Mais À Frente), prometeu, na reunião de assembleia municipal de segunda-feira, refutar o despacho proferido pelo Ministério das Finanças, que extinguiu o SATU (Sistema Automático de Transporte Urbano), incluindo investimentos para aquele transporte no orçamento municipal do próximo ano.
"Eu não faço aquilo que os ministros mandam. Os ministros têm toda a legitimidade de despachar, e é verdade que há um despacho a suspender o STAU, mas nós também temos toda a legitimidade em refutar esse despacho", disse o autarca.
A presidente da concelhia socialista, Alexandra Moura, reagiu hoje, em comunicado, às afirmações do autarca, mostrando-se "preocupada" com a posição de Paulo Vistas.
"Revela essencialmente imaturidade e falta de visão estratégica para uma das áreas mais preocupantes e que afeta milhares de munícipes diariamente e demonstra total irresponsabilidade de quem gere dinheiros públicos", refere a socialista.
Alexandra Moura acusa ainda o presidente da câmara de não assumir "o problema grave de mobilidade que caracteriza o concelho" e de "não ter ideias, capacidade e visão estratégica para desenvolver Oeiras".
O PS concorda com a decisão do Ministério das Finanças.
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, determinou a 29 de agosto a extinção da empresa municipal SATU Oeiras, responsável pelo projeto da ligação ferroviária, por monocarril, entre Paço de Arcos e o Cacém, no concelho de Sintra.
A ligação Algés - Cacém iria interligar as linhas férreas de Sintra e Cascais, de acordo com um projeto de expansão do SATU perspetivado há vários anos e que iria servir, sobretudo, os parques empresariais do Lagoas Park e do Taguspark, onde trabalham mais de 16 mil pessoas, o Instituto Superior Técnico e a Universidade Católica e, ainda, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), os aglomerados populacionais de Paço de Arcos, Porto Salvo, São Marcos e Cacém.
O SATU de Oeiras é gerido pela Câmara de Oeiras (51%), em parceira com a empresa privada Teixeira Duarte (49%).
No atual trajeto de cerca de 1,2 quilómetros entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque, o SATU regista uma média diária de 550 passageiros.