O PS de Almada “está a construir uma nova maioria para o poder local” e compromete-se a “estabelecer uma grande coligação com os cidadãos, baseada na confiança”. António Mendes, presidente da Comissão Política Concelhia do PS local, escolheu um jantar comício no Complexo Desportivo Cidade de Almada para apresentar as primeiras linhas da estratégia socialista para derrotar a maioria comunista nas próximas autárquicas. “Vamos construir um novo ciclo de desenvolvimento económico e social para o concelho”, acrescentava.
Na presença de mais de um milhar de militantes e simpatizantes do PS, e do secretário-geral, António José Seguro, o presidente da concelhia abriu o livro das críticas à gestão da CDU e lembrou algumas das propostas apresentadas no actual mandato direccionadas para o apoio às famílias carenciadas e empresas que criam postos de trabalho, e lamentou que algumas tenham sido chumbadas pela maioria que gere a autarquia. “Um município de boas contas não pode fazer disso apenas um cartaz de propaganda, tem de usar essas contas para resolver os problemas das pessoas”.
O que António Mendes ainda não revelou é quem será o candidato do PS à Câmara de Almada, mas garantiu que para o “novo ciclo” o partido “tem candidatos e quadros bem preparados”, um trabalho que passa também por conquistar mais juntas de freguesia no concelho, a acrescentar à Trafaria e Charneca da Caparica. Para já deixa a promessa de que o PS na luta autárquica não vai seguir a estratégia “da terra queimada”, mas acrescentar mais-valias ao debate. “Não vamos desistir de Almada”.
Entretanto a presidente da Federação de Setúbal do PS, Madalena Alves Pereira, depois de afirmar que o PS já definiu uma estratégia de investimento e desenvolvimento do distrito, apontou o dedo ao Governo por se ter “esquecido de passar em Almada" na visita da secretária de Estado do Tesouro e Finanças ao Barreiro e Seixal no âmbito do projecto Arco Ribeirinho Sul, na passada semana.
A contestação à actuação da política do Governo PSD / CDS continuou com António José Seguro a afirmar que Pedro Passos Coelho “não tem soluções para o país” e ironizou as jornadas parlamentares que decorreram nos últimos dois dias. “Foram onze ministros e deputados da maioria reunidos consigo próprios, com onze discursos e nem uma só proposta para resolver os problemas concretos da população”.
Para António José Seguro estas jornadas espelham um governo que “vive num mundo à parte” dirigido por um primeiro-ministro “sem medidas para enfrentar a crise”. Ao mesmo tempo quer que Passos Coelho clarifique o que pretende dizer com a proposta de refundação do memorando da troika. “Quer dizer o quê com a refundação do programa de ajustamento?” É que “actualização nós sabemos” e relembrou que o actual governo “já fez cinco actualizações do memorando, da sua exclusiva responsabilidade, e não aproveitou essas actualizações para melhorar o nosso programa de ajustamento”. Agora quer perceber o novo léxico de Passos Coelho.
O líder do PS deixou já claro que o partido "não está disponível para colaborar no desmantelamento do Estado Social" e apontou o dedo ao executivo PSD / CDS por nunca ter ouvido os alertas do PS sobre as consequências das medidas que tomou. “Agora é que se lembram do PS?”, e acrescentava: “o PS está disponível para ajudar Portugal, mas não para dar a mão a este governo que está a prejudicar e a fazer mal ao país”, e mais ainda com “este Orçamento de Estado que é o empobrecimento nacional”. Por isso os socialistas vão votar contra. “Não seremos autores nem cúmplices desta política de austeridade”, disse.