PSP terá 'soluções adequadas' após 'episódios negativos recentes'

O diretor nacional da PSP disse hoje que a polícia “vai encontrar as soluções adequadas e continuar a trabalhar com dedicação” para merecer “a plena confiança dos portugueses” depois dos "episódios negativos recentes".
 
“Saberemos também, face a episódios negativos recentes que afetaram a imagem e a confiança na instituição, protagonizados por quem não honra o compromisso de ser polícia, encontrar as soluções adequadas e continuar a trabalhar com dedicação e ultrapassar as dificuldades por forma continuar a merecer a plena confiança dos portugueses”, disse o superintendente-chefe Luís Farinha, sem se referir especificamente ao caso que envolveu os 18 polícias da esquadra de Alfragide, concelho da Amadora.
 
As declarações do diretor nacional da PSP foram feitas durante a cerimónia dos 150 anos da Polícia de Segurança Pública, que decorreu na praça do Império, em Lisboa, e celebradas na mesma semana em que 18 polícias da esquadra de Alfragide foram acusados pelo Ministério Público de agirem com ódio racial, de forma desumana e cruel no caso que envolveu vários jovens da Cova da Moura em 2015.
 
Estes polícias da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da Amadora estão acusados por denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, além de outros tratamentos cruéis e degradantes ou desumanos e sequestro agravado e falsificação de documento.
 
No seu discurso, o diretor nacional da PSP garantiu que os portugueses podem continuar a contar com a polícia, sublinhando que “nunca estará em causa” o cumprimento da função atribuída.
 
”Porém, quando os meios não são os adequados e suficientes, o cumprimento da missão não poderá ser garantido em permanência por sobrecarga laboral dos polícias sob pena de se prejudicar a prontidão operacional, o nível de desempenho e resposta e se potenciar o erro”, sustentou.
 
Luís Farinha adiantou que é necessário disponibilizar à PSP “os meios para continuar a prestar um serviço de segurança pública de qualidade e ter capacidade de resposta aos novos desafios que se colocam e a sociedade lhes exige”.
 
“A esteira da modernização, da capacitação técnica e operacional, mas também da prevenção e deteção precoce de ameaças continuarão a ser o caminho da PSP, importante para o efeito que sejam asseguradas as necessárias condições, não alveirando que a sua ausência se reflete na capacidade de resposta e na imagem do próprio Estado”, frisou.
 
Luís Farinha considerou ainda como “vetores de atuação imprescindíveis” o rejuvenescimento e reajustamento do efetivo, renovação de meios, manutenção dos sistemas de tecnologia e informação policial, implementação de um sistema de higiene e segurança no trabalho e atualização de alguns normativos legislativos.
 
A cerimónia dos 150 anos da PSP foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e contou com as presenças do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
 
Enquanto o diretor nacional da PSP e a ministra da Administração Interna discursaram, cerca de 20 polícias, vestidos com camisolas pretas, viraram-se de costas em protesto contra a situação atual da PSP, estando ainda acompanhados por um cartaz da Associação Sindical dosa Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), onde se lia: “Comemoração dos 150 anos Polícias sem motivos para festejar”.
 
Durante a cerimónia, 287 novos agentes, que no início da próxima semana vão entrar ao serviço nos diversos comandos do país, assumiram o compromisso de honra.
 
O Presidente da República condecorou a PSP com o título de Membro Honorário da Ordem do Mérito por ocasião dos seus 150 anos.