Quatro jovens julgados em Cascais por agressões a militares da GNR

O Tribunal de Cascais começa hoje a julgar quatro jovens acusados de agressão e injúria, crimes alegadamente cometidos sobre militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), em março de 2015, em Alcabideche, Cascais, após uma festa não autorizada.
 
Segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, dois dos sete militares da GNR que se deslocaram ao local foram agredidos com murros e atingidos com um pé de cabra por dois dos arguidos, que estão também acusados de homicídio qualificado na forma tentada.
 
Em consequência dos confrontos e das agressões, ocorridos na madrugada de 22 de março, no Bairro da Cruz Vermelha, um dos militares "ficou totalmente incapacitado para o trabalho durante 73 dias" e o outro militar "esteve 10 dias impossibilitado de trabalhar".
 
Nessa madrugada, alguns moradores da zona contactaram o posto da GNR de Alcabideche, queixando-se do barulho provocado por uma festa pública na Rua de Moçambique.
 
Os primeiros três militares a chegarem ao local “observaram a presença de cinquenta a sessenta pessoas, algumas já visivelmente embriagadas, bem como várias garrafas de vidro espalhadas pela rua”, conta o MP, acrescentando que estes militares pediram reforços, uma vez que foram recebidos com injúrias.
 
Após a chegada de mais quatro militares da GNR, é que estes “decidiram intervir e proceder ao encerramento da festa”. Todos os participantes abandonaram o local, exceto cerca de uma dúzia de elementos, entre eles os arguidos.
 
Apesar dos reiterados avisos por parte dos militares, essas pessoas permaneceram no local e começaram a agredir verbalmente os elementos da GNR, segundo a acusação.
 
Os episódios de violência física, acrescenta o MP, começaram de seguida, tendo os arguidos “arremessado pedras e outros objetos na direção dos militares da GNR e das suas viaturas”.
 
A acusação salienta que a situação “obrigou” os militares a efetuarem vários disparos com balas de borracha para o ar.
 
Na sequência dos desacatos, dois dos militares foram agredidos por dois dos arguidos com um pé de cabra, na cabeça e noutras partes do corpo.
 
Os arguidos, com idades entre 20 e 22 anos, respondem por desobediência a ordem ou dispersão de reunião pública, injúria agravada, resistência e coação, dano e ofensa à integridade física qualificada.
 
A primeira sessão está agendada para as 09:30 na Instância Central Criminal de Cascais, Juiz 3.