Radares de velocidade vão nascer como cogumelos em todo o país

Radares de velocidade vão nascer como cogumelos em todo o país
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, anunciou hoje que vai ser lançado no próximo ano um novo concurso para a instalação de mais radares de controlo de velocidade em todo o país.
 
O anúncio foi feito na cerimónia que assinalou a entrada em funcionamento do primeiro dos 30 radares do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), que está instalado a partir de hoje na autoestrada 5, no sentido Cascais Lisboa.
 
"No próximo ano vamos ter mais 50 radares para colocar nas estradas portuguesas porque está provado, em toda a Europa, que é uma das boas formas para reduzir a sinistralidade e isso, aliado à Carta por Pontos, é a conjugação para que os condutores passem a ter outro tipo de comportamentos", disse Jorge Gomes.
 
O SINCRO é o sistema para deteção automática da infração de excesso de velocidade, sendo composto por 30 radares móveis instalados em 50 locais considerados "extremamente críticos".
 
Sete anos depois de ter sido anunciado o projeto, o primeiro radar foi hoje instalado, estando operacionais mais 25, em setembro, e no final de janeiro de 2017 o sistema vai estar a funcionar em pleno.
 
Os 30 radares de controlo de velocidade não vão ser fixos, rodando, num sistema rotativo, nas 50 cabines, sendo a sua instalação aleatória e os condutores são informados da sua presença através de um sinal de trânsito.
 
A instalação da rede nacional de radares tem um custo de 3,19 milhões de euros, mas para o secretário de Estado "não há dinheiro que pague" a redução da sinistralidade rodoviária.
 
"Temos uma rede nacional de radares com um objetivo único de reduzir a sinistralidade e menos gente a morrer nas estradas, se conseguirmos isto não há dinheiro que pague estas coisas", sustentou, rejeitando que se queira gerar receitas com este sistema de controlo de velocidade.
 
Diminuir a sinistralidade rodoviária e prevenir o excesso de velocidade são os objetivos, segundo Jorge Gomes, da rede nacional de radares.
 
Este sistema vai permitir libertar recursos humanos das forças de segurança, uma vez que o processamento das contraordenações vai ser automático.
 
"Neste momento há 32 militares da GNR e agente da PSP que fazem o trabalho administrativo do auto de contraordenação, com este tipo de radares vão deixar de o fazer", disse, sublinhando que vão ser libertados elementos das forças de segurança para fazerem trabalho de fiscalização e operacional.
 
Jorge Gomes disse ainda que este tipo de sistema vai permitir "vigiar as estradas em permanência" e "libertar recursos humanos", sendo também possível diminuir as prescrições das contraordenações.
 
Por sua vez, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, explicou que os 50 locais onde vão ser instalados os 30 radares foram selecionados de acordo com o "tipo de sinistralidade e distribuição da velocidade", "potencial gravidade dos acidentes" e "características e geometria do local".
 
Os acidentes rodoviários provocaram este ano 194 mortos, menos 36 do que em igual período de 2015, enquanto o número de desastres aumentou seis por cento.