Relatório com balanço do PDM da Amadora em discussão pública

A centralidade do concelho da Amadora, melhoria das acessibilidades e de redes de transporte, além da progressiva qualificação da população, estão em destaque no relatório de execução do PDM, em discussão pública a partir de sexta-feira.
 
O Relatório do Estado do Ordenamento do Território (REOT), que faz um balanço da execução do Plano Diretor Municipal (PDM) do concelho da Amadora, vai estar em discussão pública por um período de 30 dias, anunciou hoje a Câmara municipal.
 
O documento analisa os pontos fortes e fracos, as oportunidades e as ameaças de matrizes como a diversificação da base produtiva, as melhorias no padrão de vida no concelho e a redução das carências habitacionais.
 
No documento realçou-se a centralidade geográfica do concelho, as acessibilidades e a boa cobertura de redes de transporte, a progressiva qualificação da população, o reforço da capacidade de atração e fixação de emprego no município.
 
Entre os pontos fracos destacam-se o reflexo da crise económica em termos de empresas e emprego, o crescimento dos pensionistas e reformados e a diminuição dos ativos que contribuem para a segurança social, o elevado número de beneficiários dependentes do sistema social como principal meio de vida e os indicadores ligados ao turismo.
 
O balanço destaca o envelhecimento da população local e a regressão da taxa de emprego da população residente entre os 20 e os 64 anos, atingindo o desemprego jovem níveis críticos, mais altos que na sub-região ou no Continente.
 
Em termos escolares, as taxas de insucesso são superiores à média regional, acrescenta.
 
Contudo, aponta-se a possibilidade de o concelho aproveitar as fatias do Portugal 2020 dedicadas à competitividade e internacionalização, inclusão social e emprego e capital humano, privilegiando o apoio às empresas.
 
Entre as políticas adotadas nos últimos 20 anos são destacadas como positivas a eliminação progressiva das manchas de habitação precária, a diversificação de ofertas habitacionais, a integração social das famílias nos bairros municipais e o reforço da coesão territorial pela libertação de áreas de habitação degradada e requalificação desses espaços.
 
Contudo, a erradicação total dos bairros de habitação precária requer esforço financeiro elevado da Câmara no médio prazo e “o realojamento massivo tem consequências negativas ao nível social, perpetuando-se ciclos de pobreza nos bairros”.
 
No relatório, considera-se negativa a prevalência do atual modelo baseado no uso dominantemente habitacional, com o sobredimensionamento do parque imobiliário.
 
O crescimento de edifícios e alojamentos é superior ao crescimento populacional e supera em 20% o número de famílias, pelo que cerca de um quinto dos alojamentos estão vagos ou são de uso secundário.
 
O relatório destaca como melhorias do padrão de vida no concelho nos últimos 20 anos a diminuição em 23% do tempo médio gasto nas deslocações casa-trabalho-escola, para o que contribuíram a melhoria da rede viária prevista em PDM, o prolongamento do Metro até à Amadora e a integração de creches nos centros escolares.
 
A recolha seletiva de resíduos urbanos e a diversidade de espaços verdes com funções ecológicas, de lazer e recreio são considerados fatores que também contribuíram para a melhoria do nível de vida no concelho.
 
A documentação em consulta está disponível em https://www.cm-amadora.pt/info-geo-territorio/335-informacao-geografica/714-avaliacao-monitorizacao-territorio.