Rogério Ribeiro, nos 20 anos da Casa da Cerca, em Almada

Uma exposição com pinturas, desenhos e tapeçarias de Rogério Ribeiro, intitulada “A minha casa é a pintura”, a inaugurar no sábado, na Casa da Cerca, em Almada, inicia as comemorações dos 20 anos deste centro de arte contemporânea.
Inaugurada na véspera do quinto aniversário da morte do artista plástico, e primeiro diretor daquele centro de arte contemporânea, a mostra é composta por obras terminadas ou por concluir que estavam fechadas em gavetas, e que foram escolhidas com o intuito de “ir ao encontro do pintor”, escreve a atual diretora do centro, Ana Isabel Ribeiro, no texto do catálogo, ao qual a agência Lusa teve acesso.
“Homenagear Rogério Ribeiro, mentor do programa de investigação e indagação em torno do desenho, eixo maior e inspirador de toda a programação desenvolvida ao longo destes 20 anos de atividade da Casa da Cerca”, foi o “propósito claro” da mostra – a primeira do ano – acrescenta Ana Isabel Ribeiro, no texto intitulado “Memória descritiva e justificativa para uma exposição”.
Ao contrário da exposição, que assinalou a primeira década de atividade da Casa da Cerca – “Rogério Ribeiro – Desenho. Primeiro inventário, desenhos recentes” –, uma exposição antológica e organizada pelo pintor, a que abre ao público no sábado, pretende mostrar a importância que o “atelier” tinha para o pintor, “enquanto lugar de solidão, isolamento e criação”. Uma casa dentro da casa, que o artista plástico definia como “o seu mais próximo universo”.
Em paralelo com a mostra, patente até 05 de maio, a Casa da Cerca disponibiliza ainda uma visita à exposição e lançamento do catálogo, a 20 de março, uma edição de “Conversas às quartas” - diálogos informais em torno da vida e da obra do artista plástico comunista -, a realizar a 10 de abril, e o lançamento de uma monografia sobre o pintor, destinada ao público infantil.
Atividades complementares promovidas pelo serviço educativo, centro de documentação e investigação e pelo o Chão das Artes - Jardim Botânico integram ainda o programa das comemorações do 20.º aniversário do centro de arte, em Almada.
Uma “Casa Ocupada” com memórias é, segundo a diretora, o que se pretende do espaço, um mote que dá título à exposição coletiva, a inaugurar em abril, em vários espaços do centro, com obras de João Pedro Vale, Manuel Caeiro, Isabel Ribeiro e Sofia Leitão, e que vai estar patente até janeiro de 2014.
Para assinalar o aniversário, as publicações de 2013 da Casa da Cerca e da Galeria Municipal de Arte – outro projeto de Rogério Ribeiro – vão ser disponibilizadas a cinco euros. 
Adquirida quase em ruínas em 1988, pela Câmara Municipal de Almada, a Casa da Cerca abriu em novembro de 1993, com uma exposição de desenho de Amadeo de Souza-Cardoso.
Um serviço educativo, a funcionar desde 1997, um parque de escultura, o Chão das Artes – Jardim Botânico, inaugurado em 2001, e o Jardim dos Leitores, desde 2012, são algumas das valências daquele centro de arte contemporânea, que coordena também a atribuição do Prémio Municipal de Arquitetura Cidade de Almada, criado em 2005.