Secretário de Estado do Desporto assegura que combate antidoping em Portugal não está suspenso

O secretário de Estado do Desporto sublinhou hoje que o combate antidoping não está suspenso em Portugal e que espera que o laboratório de Lisboa recupere rapidamente a sua credibilidade.
 
“Tenho de aproveitar esta oportunidade para deixar bem claras duas notas: a primeira, que é muito importante, é que o combate antidoping em Portugal não está suspenso. Nós temos uma autoridade antidopagem acreditada, a funcionar normalmente, os controlos a serem feitos”, destacou João Paulo Rebelo, de visita ao Estoril Open em ténis.
 
De acordo com o responsável pelo pelouro do Desporto, a suspensão da acreditação internacional do laboratório antidoping de Lisboa não põe em causa a participação de atletas em provas internacionais.
 
“Nada do ponto de vista do desporto nacional e do combate ao doping está posto em causa com esta suspensão. As análises são feitas, o controlo mantém-se como se fazia até agora”, assegurou.
 
A segunda nota que João Paulo Rebelo quis deixar, na sua presença no Clube de Ténis do Estoril (Cascais), foi que o Governo está a fazer o possível para que, no prazo de seis meses, Portugal volte a ter um laboratório antidopagem acreditado pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).
 
“Há obviamente a necessidade de recursos, recursos humanos, técnicos e financeiros. O compromisso do Governo é voltar a ter o laboratório com a credibilidade que até há poucos anos tinha. É sempre de realçar que este laboratório foi, inclusivamente, referenciado para ser um laboratório dos Jogos Olímpicos”, lembrou, reconhecendo a necessidade de contratar mais técnicos e de resolver “questões internas ao nível dos recursos humanos”.
 
Para já, o secretário de Estado indicou que as análises antidoping têm de ser enviadas para o estrangeiro.
 
“Há a hipótese de irem para a Bélgica, há um laboratório em Espanha e isso está a ser estudado. Posso-vos avançar até que dentro de dias vai ser decidido qual o laboratório com o qual vamos trabalhar”, revelou.
 
João Paulo Rebelo rejeitou ainda que a suspensão da acreditação do laboratório português coloque em causa análises já efetuadas, nomeadamente as relativas aos alegados dez casos de atletas com anomalias no passaporte biológico.
 
“Não temos esse receio, [algo] também fundamentado no que é a perspetiva da própria autoridade antidopagem. A AdoP e o seu presidente assim o que garantem”, concluiu.
 
A AMA suspendeu a 15 de abril, com “efeitos imediatos”, a acreditação do laboratório de Lisboa, proibindo-o de realizar qualquer análise de urina e sangue.
 
A suspensão proíbe o laboratório de realizar quaisquer atividades antidoping relacionadas com a AMA, incluindo todas as análises de amostras de urina e sangue.
 
A falta de independência do laboratório, os atrasos dos resultados dos relatórios e falhas na aplicação de métodos obrigatórios para deteção de substâncias foram alguns dos problemas apontados pela AMA e que já tinham sido comunicados à ADoP.