O segundo dia de greve dos trabalhadores da empresa de recolha e tratamento de lixos da Amarsul e Valorsul registou uma “forte adesão” nas primeiras horas de hoje, segundo o sindicato.
“Na Amarsul começou com 98% de adesão, com a empresa completamente parada, sem movimentação de viaturas para depósito no aterro ou para a recolha seletiva”, adianta em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul).
Também na Valorsul, a greve foi retomada com uma “forte adesão”, estando reduzidas aos serviços mínimos as duas instalações com laboração contínua: a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, em São João da Talha (Loures), e o Aterro do Mato da Cruz (Vila Franca de Xira), refere o sindicato.
Para o sindicato, “esta forte adesão dos trabalhadores veio confirmar a firme disposição de prosseguirem a luta pelas suas justas reivindicações”,
Segundo o SITE Sul, foi registada na Amarsul, no segundo e no terceiro turnos de quarta-feira, uma adesão à greve de 85%, tendo a empresa permanecido parada.
Os trabalhadores das duas empresas cumprem hoje o segundo de dois dias de greve para exigirem aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa, defendendo ainda a reversão da privatização dos serviços de tratamento e valorização de resíduos.
No caso da Valorsul, a paralisação afeta 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste, nomeadamente os municípios de Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Sobral de Monte Agraço, Rio Maior, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
Já a greve dos trabalhadores da Amarsul afeta nove municípios da Península de Setúbal, mais concretamente Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.
As duas empresas já asseguraram, em comunicados, que as reivindicações dos trabalhadores já estão a ser cumpridas, tendo recebido o pré-aviso de greve “com surpresa” e “perplexidade”.
Em comunicados autónomos, a Amarsul e a Valorsul referiram que decidiram aumentar os salários, com efeitos retroativos a janeiro, privilegiando os trabalhadores com remunerações mais baixas.
As duas empresas alegam, ainda, que "a aplicação integral do Acordo de Empresa" foi reposta em julho de 2015, levando à integração nos quadros de todos os trabalhadores precários, ao fim dos cortes salariais e à restituição das progressões na carreira.