Cerca de 40 dirigentes sindicais das empresas de transporte públicos de Lisboa exigiram hoje em plenário, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, o cumprimento de promessas eleitorais e o reforço do número de trabalhadores.
"Passados seis meses, é claramente altura de começar a cobrar", disse o sindicalista da Carris Manuel Leal, num plenário ao ar livre, no qual participaram representantes desta transportadora rodoviária, da Carris Tur e da Carris Bus, do Metropolitano de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa.
De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), "não basta reverter o processo de privatização [da Carris e do Metro]", mas também é preciso "reverter o suporte legislativo", elaborado "durante os últimos quatro anos governativos".
Os dirigentes sindicais exigiram aumentos salariais, salientando que os ordenados não são atualizados desde 2009, respeito pela contratação coletiva, com a retirada da denúncia dos acordos destas empresas, e o aumento do número de trabalhadores.
Os sindicalistas querem, ainda, o fim da "marca artificial" Transportes de Lisboa, que reúne na mesma 'holding' as empresas da Carris, Metropolitano de Lisboa e Soflusa/Transtejo.
Caso não obtenham respostas, José Manuel Oliveira afirmou que a Fectrans deverá "concertar em junho ações de luta nas empresas".
Anabela Carvalheira, sindicalista do Metropolitano, salientou que "o atual contexto político é diferente, mas a luta continua a ser exigente" e "há muitas coisas que estão por concretizar".
A sindicalista destacou que seis meses depois, continuam sem aumento de efetivos, pelo que, como tinham anunciado, os trabalhadores não estão disponíveis para reforçar os serviços nas noites de realização do festival Rock in Rio, em Lisboa, entre quinta-feira e dia 29 de maio.
"Estamos disponíveis para participar em eventos, sejam eles quais forem, mas nós queremos um tratamento com dignidade. Queremos pessoal 365 dias por ano e não só nos eventos especiais", salientou Anabela Carvalheira.
No final do plenário, os trabalhadores entregaram na residência oficial do primeiro-ministro uma moção que resumiu estas reivindicações, aprovada por unanimidade e aclamação.