Sindicato dos Enfermeiros diz que urgência do Barreiro encerrou temporariamente, administração nega

O Sindicato dos Enfermeiros de Setúbal referiu hoje que o serviço de urgência do Hospital do Barreiro "encerrou temporariamente" a 26 de fevereiro, pois tinha "atingido o limite de capacidade para internar e cuidar dos doentes", o que a administração desmente.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o sindicato explica que os doentes que chegaram em ambulâncias "a partir das 14:00 do dia 26 de fevereiro, encontravam a porta fechada e foram enviados para o Hospital de Setúbal, onde as limitações depressa se tornaram semelhantes e tiveram que apelar ao Hospital Garcia de Orta para acudir os doentes". 
"As ambulâncias há muito que ficam retidas à porta do serviço de urgência, porque as camas não chegam para deitar os doentes e as macas das ambulâncias servem esse propósito, deixando outros sem hipótese de transporte. Os doentes, há muito que se amontoam pelos corredores e por todos os recantos onde, sem a devida dignidade e privacidade, se imiscuem patologias", refere o comunicado.
Segundo o sindicato, a urgência do Hospital do Barreiro "atingiu um estado absurdo de incapacidade".
O conselho de administração do Centro Hospitalar do Barreiro Montijo (CHBM), contactado pela Lusa, refere que entre os dias 23 de fevereiro e 1 de março de 2013, registou 1.376 episódios de urgência, menos 481 episódios do que no mesmo período do ano passado, o que representa em média menos 69 doentes por dia.
"Neste período existem flutuações que variam entre os 163 episódios de urgência no dia 23 de fevereiro e os 245 episódios de urgência no dia 25 de fevereiro. Foram triados com a cor laranja e amarela, de acordo com a Triagem de Manchester, menos 301 doentes do que em igual período do ano passado", refere o documento.
A administração explica que, apesar da menor afluência, existem algumas dificuldades que se prendem com o aumento de permanência de utentes em observação pela complexidade da sua situação clínica.
"Confirmamos que no dia 26 de fevereiro o CHBM solicitou ao INEM que encaminhasse os doentes urgentes/emergentes para outros hospitais da área, procedimento habitual nestas situações. De acordo com a informação de que dispomos, esta situação verificou-se noutros hospitais da região", defende.
A administração salienta que o serviço de urgência "não fechou as portas e continuou a observar todos os doentes que recorreram a este serviço, independentemente da sua situação clínica ser ou não urgente".