O secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, defendeu hoje, em Sintra, que o empreendedorismo deve passar pelo apoio aos setores tradicionais da realidade empresarial portuguesa.
A realidade empresarial portuguesa "é feita de setores tradicionais", como a metalomecânica, a indústria têxtil, o calçado, o turismo, onde "há muito empreendedorismo para fazer", apontou Pedro Gonçalves.
O governante considerou fundamental o investimento em "novos modelos de negócio, que dão empregabilidade" nestas áreas tradicionais, a par do desenvolvimento do país no domínio das biotecnologias.
Pedro Gonçalves falava, em Sintra, na cerimónia de assinatura de um protoloco entre a Câmara local, a SSTBC - Associação para a Promoção do Empreendedorismo e Empregabilidade, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), com vista à criação da primeira incubadora de empresas no concelho.
Segundo o protocolo, o município financia com 40.000 euros anuais o funcionamento da estrutura, que pretende apoiar até 30 novas empresas por ano, em domínios como as "smart cities" (cidades inteligentes) e o turismo, e pode receber até mil formandos por ano na área das novas tecnologias através do IEFP.
A incubadora “dirige-se aos nossos munícipes, fundamentalmente aos jovens", frisou o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), acrescentando a importância de "dar uma esperança" aos jovens com "boas ideias de empreendedorismo".
“É um instrumento fundamental para que esse empreendedorismo possa realizar-se e concretizar-se", com vista à criação de emprego, considerou o presidente da autarquia, notando que o projeto nasceu "entre empresários e com empresários".
Basílio Horta convidou os empresários do município a conhecerem a nova estrutura e a usá-la, para a formação e para novos projetos.
"É um viveiro onde podemos ir buscar o que interessa ao concelho e ao país", vincou o autarca socialista, valorizando o papel do IEFP na formação em áreas que permitam novas oportunidades de emprego.
O presidente da SSTBC, Adriano Lourenço, explicou que a assinatura do protocolo marca o "início de um ambicioso projeto (…), permitindo a criação de mecanismos de apoio ao empreendedorismo e de condições para o desenvolvimento do setor empresarial do concelho de Sintra".
A StartUp Sintra Technological Business Center vai funcionar num edifício com uma área útil de 2.000 metros quadrados, repartidos por 18 salas e um auditório com 84 lugares.
O imóvel, que venceu o Prémio Internacional John Jacob Astor, na Expo Real 2014, em Munique, para empreendimentos imobiliários comerciais contemporâneos, representa um investimento de cerca de um milhão de euros e está dotado de tecnologia domótica.
A unidade vai fornecer a empreendedores e empresas de tecnologia "um ecossistema de incubação com apoio de uma estrutura profissional, para acelerar o seu desenvolvimento", nas áreas da formação, "mentoring", acesso a "business angels" (primeiros investidores) e capital de risco, atividades de "networking", comunicação e "workshops".
A Associação StartUp Sintra é uma instituição privada sem fins lucrativos, fundada pelo Grupo Metal (Worldmetal e Apametal) e pela Associação Empresarial de Sintra.
O projeto conta com a parceria, entre outros, do IEFP, IAPMEI, Portugal Ventures, Caixa Capital e Microsoft e as instalações situam-se no centro empresarial do Alto do Forte, em Rio de Mouro, junto ao Retail Park de Sintra.