O deputado Marcos Perestrello criticou hoje, numa visita do grupo parlamentar do PS a Belas, que o Governo não assegure os meios na área da saúde de que o concelho de Sintra precisa e os atrasos nos pagamentos às instituições de solidariedade social.
Deputados socialistas visitaram hoje o novo centro de emergência social de Belas, uma parceria entre a Câmara de Sintra e a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, na Idanha.
"Existe um forte desinvestimento na área da saúde. As metas fixadas pelas autoridades públicas para Sintra apontam para 315 camas de cuidados continuados e estão criadas 110, e das 13 camas de convalescença não existe nenhuma", constatou Marcos Perestrello.
Os deputados visitaram o novo centro de emergência social, em fase de instalação num edifício devoluto da Casa de Saúde da Idanha, que vai assegurar um total de 57 camas para apoio social a pessoas em risco social, 15 dos quais a cargo da autarquia. O espaço vai prestar assistência temporária a pessoas desalojadas, que sejam alvo de despejo ou que fiquem sem abrigo.
Marcos Perestrello foi informado que a instituição que gere a Casa de Saúde da Idanha, com uma intervenção predominante na área da saúde mental, ainda não recebeu qualquer pagamento desde o início do ano devido às novas orientações que transferem para as unidades hospitalares da zona a responsabilidade pelos encargos com a assistência médica complementar. Neste caso, o Ministério da Saúde determinou que será o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) a assumir a comparticipação da assistência na casa de saúde de Belas.
"Ficamos com fortes suspeitas de que, numa altura de dificuldades orçamentais, estas instituições de solidariedade social sejam as últimas a receber e deixem de poder cumprir o seu papel", afirmou o deputado socialista, receando que a alteração dificulte "ainda mais os orçamentos dos subsistemas de saúde".
A passagem da referenciação dos cuidados de saúde complementares de uma rede nacional para os hospitais também preocupa Marcos Perestrello, que receia a criação de dificuldades das pessoas mais carenciadas no acesso à saúde.
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), explicou que a criação do centro de emergência social de Belas permitiu recuperar um edifício degradado, que estava devoluto, e vai ter "um espaço para acolher mulheres vítimas de violência doméstica".
O centro de emergência social de Belas, lançado durante o anterior mandato, já possui pronto o espaço para apoio a vítimas do sexo feminino, estão a decorrer os trabalhos na área destinada a homens e contará ainda com uma zona para auxílio a famílias.
A parceria para o funcionamento do centro vai custar ao município "cerca de 35 mil euros por ano", estimou o presidente da autarquia. Basílio Horta salientou que a câmara se tem substituído à administração central na área da ação social, aumentando "os apoios a pessoas carenciadas".