As bandeiras do programa Eco Escolas podem não ser entregues este ano a estabelecimentos de ensino do concelho de Sintra, devido à falta de apoio e de resposta da autarquia, confirmou hoje a promotora do projeto, Margarida Gomes.
"As escolas fecharam os projetos, que foram avaliados e agora falta entregar os galardões, mas oficialmente não temos qualquer resposta da câmara", explicou Margarida Gomes, coordenadora nacional da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que promove o programa de educação ambiental.
Através de "email" enviado às escolas, Margarida Gomes informou que, "em consequência da falta de apoio da câmara", a participação no programa de 2013/2014 será "reconhecida" por certificados entregues às escolas e aos professores coordenadores.
A autarquia comprometeu-se "desde o início do ano letivo a apoiar as escolas do concelho inscritas" no programa, pagando a inscrição, mas em setembro retirou o apoio, esclareceu a organizadora.
A ABAE propôs às escolas que assumam a inscrição (70 euros) e receberem a bandeira de 2013/2014 em Vila Nova de Gaia ou posteriormente na escola, podendo em alternativa reciclar a bandeira do ano anterior.
O movimento independente Sintrenses com Marco Almeida criticou hoje, em comunicado, que a informação da ABAE "é, por si só, esclarecedora relativamente ao desinvestimento da autarquia na qualidade da resposta educativa".
A situação "gora também as expectativas de todos quantos se envolveram, contribuindo ainda para fazer perigar todo o capital já acumulado em termos de eco cidadania que através deste projeto vinha sendo amealhado", lamentou o movimento.
O comunicado apontou ainda como "espelho da falta de apoio" do município no ano letivo anterior, as 55 escolas galardoadas em 81 inscritas, quando no passado se atingiram 80 distinguidas para 87 inscritas (2012/2013) e 89 premiadas em 93 inscritas (2011/2012).
"Houve um atraso nos procedimentos da câmara", reconheceu à agência Lusa fonte oficial da Câmara de Sintra, esclarecendo que o assunto foi remetido pelos serviços para "despacho final em agosto e entendeu-se que, como o ano letivo tinha terminado, já não fazia sentido participar".
A mesma fonte adiantou que o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), proferiu na semana passada um despacho para se "iniciar o processo Eco Escola para o ano 2014/2105". Na informação dos serviços salientou-se o contributo do programa no envolvimento de crianças e jovens na construção de "uma escola e comunidade mais sustentáveis" e que o município, desde 2007, "tem sido líder nacional" em escolas inscritas e galardoadas.
Em fevereiro do próximo ano será analisado qual o futuro do programa no concelho, quando a ABAE homologar os estabelecimentos participantes de entre os que se inscreverem