Sintra vai participar no lançamento da iniciativa Crescimento Inclusivo das Cidades, promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Fundação Ford, para promover maior justiça na "repartição de riqueza", afirmou hoje o presidente do município.
"A convenção de Nova Iorque tem a ver com o compromisso do cumprimento de um conjunto de regras para garantir que o crescimento económico traz consigo também uma mais justa repartição de riqueza", explicou à Lusa Basílio Horta.
O lançamento da campanha Crescimento Inclusivo das Cidades está agendado para 29 de março, com a divulgação da declaração de Nova Iorque, com as principais medidas para a criação de um modelo político "para combater as desigualdades e promover um crescimento inclusivo nas cidades", segundo a organização.
"Desde 2012 que a OCDE estuda os efeitos do crescimento económico na repartição da riqueza", notou o presidente da Câmara de Sintra, acrescentando que, entre as principais conclusões, sobressai a existência de "largas zonas do mundo em que há crescimento económico e maior concentração de riqueza e isso é uma matéria que tem de ser alterada".
Estes estudos levaram o embaixador dos Estados Unidos da América na OCDE e a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, a decidirem juntar "dirigentes de territórios e de câmaras no sentido de estudarem um conjunto de regras para garantir um crescimento justo", adiantou Basílio Horta.
O objetivo passa por encontrar medidas que promovam "um crescimento inclusivo, um crescimento económico que dê para todos e não apenas a concentração da riqueza na mão de alguns", frisou o autarca eleito pelo PS.
A cidade norte-americana vai acolher o primeiro encontro da campanha e, segundo a agenda preliminar, a que a Lusa teve acesso, juntará presidentes de câmara, empresários e dirigentes de organizações internacionais com vista a proporcionar "o intercâmbio de ideias sobre as políticas e parcerias que são necessárias para enfrentar as disparidades crescentes nas cidades".
Para Basílio Horta, a iniciativa deve contribuir com soluções para "um crescimento económico com regras, no sentido de poder ser uma fonte de maior justiça na distribuição do rendimento e inclusivo".
"Imagino que muitas dessas regras tenham a ver com uma política fiscal adequada e também com uma prioridade para a escolha de setores que possibilitem uma maior disseminação da riqueza", salientou o autarca.
A participação de Sintra no lançamento da campanha foi acolhida "por unanimidade" do executivo municipal, acrescentou Basílio Horta, considerando que a iniciativa representa mais um reconhecimento "do papel dos autarcas no crescimento económico com inclusão".
Para o presidente sintrense, "para além dos governos, os autarcas são importantíssimos para o desenvolvimento económico, porque estão em contato com as populações" e podem contribuir para "o crescimento económico com o desenvolvimento social".
O encontro de Nova Iorque será repartido em quatro sessões temáticas, apenas com a última aberta à comunicação social, e entre os participantes são esperados Darren Walker, presidente da Fundação Ford, e Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.