O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), garante que participará numa manifestação em frente ao Ministério da Educação, na sexta-feira, se esta semana não for colocada a maioria dos professores em falta no concelho.
“As escolas vão ter uma reunião com o senhor diretor geral da Administração Escolar na quinta-feira. Se essa reunião correr bem e se se verificar que os problemas não estão inteiramente resolvidos, porque não podem estar, mas estão bem encaminhados, tudo bem”, afirmou o presidente da autarquia, após uma reunião com diretores de escolas e representantes dos pais, em Sintra.
“Se [a reunião] correr mal, faremos uma manifestação à porta do ministério, na sexta-feira, às 15:00, onde eu estarei”, acrescentou Basílio Horta, que disse ir reforçar o pedido de uma audiência ao ministro da Educação, perante a falta de colocação de centena e meia de professores nas escolas do município.
O autarca espera que a partir da reunião de quinta-feira se possa entrar “na segunda fase, que é o problema da recuperação das aulas”, adiantando que isso será “feito em conjunto com cada uma das escolas”.
Para o presidente da autarquia, será positivo se os professores considerarem que já existe um número suficiente de colocações, dentro da Bolsa de Contratação de Escolas, que permita que os estabelecimentos “entrem num processo de normalização”.
“Não vamos querer, nem exigir, que de um momento para o outro os cento e tal professores fiquem todos colocados”, frisou Basílio Horta, reiterando que a autarquia se colocará ao lado dos professores e dos pais caso o processo não comece a ser regularizado.
O presidente da Federação de Associações de Pais de Sintra, Joaquim Ribeiro, esclareceu que no encontro no Palácio Valenças ficou decidido esperar pelo resultado da reunião de quinta-feira das escolas TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária) com os serviços do Ministério da Educação.
“Se essa reunião não satisfizer os diretores [das escolas] nem as expetativas dos pais avançamos com uma manifestação frente ao ministério na sexta-feira”, confirmou o representante dos pais, que reforçou: “Em Sintra somos a maior comunidade educativa do país e portanto temos de tomar uma posição”.
Para o dirigente associativo, a atual equipa ministerial já demonstrou que “não tem confiança nem dos agrupamentos nem dos pais para projetar o ano letivo seguinte, face a tudo aquilo que se passou este ano”.
Segundo um levantamento efetuado pela câmara, na segunda-feira, junto das direções executivas dos agrupamentos de Sintra faltava colocar 154 professores no concelho, mas durante a reunião o número foi atualizado para 149, revelou Joaquim Ribeiro.
O ministro Nuno Crato disse hoje no parlamento que convocou os diretores das escolas com contrato com autonomia e TEIP para reuniões no ministério ainda durante esta semana, para fazer um levantamento da situação e preparar a compensação do tempo sem aulas.