Os fundos europeus do próximo quadro de apoio comunitário para 2014-2020 na região de Lisboa são muito inferiores aos disponíveis para as restantes zonas do país e são insuficientes para estimular o desenvolvimento económico.
Esta é a principal constatação da reunião que decorreu esta quarta-feira durante o Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, que reuniu o presidente da Câmara Municipal, Basílio Horta, cerca de vinte empresários e responsáveis da UGT e CGTP e o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida.
Durante a reunião que contou com a presença de empresários das maiores empregadoras do concelho de Sintra, foram abordadas questões vitais para o desenvolvimento socioeconómico do concelho.
Para o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, a autarquia está expectante em relação aos fundos comunitários que poderão contribuir para o desenvolvimento económico do concelho.
“Não podemos deixar de apoiar o investimento porque queremos criar condições para criar emprego e os meios de financiamento europeu têm um peso enorme nesta questão. Gostaríamos de ouvir mas também de informar o senhor secretário de Estado porque ainda há muitas opções por tomar [em relação à proposta que Portugal vai apresentar à União Europeia] ”, afirmou o presidente da autarquia.
No entanto, o secretário de Estado afirmou aos empresários que trazia uma boa e uma má notícia: “A boa notícia é que os fundos para a região de Lisboa vão crescer 170%. A má é que, apesar do crescimento, vai ter apenas 833 milhões de euros. As regras europeias dividem as regiões pelo nível de desenvolvimento com o rendimento per capita. A região de Lisboa tem um nível [de avaliação] superior à média europeia”, disse Manuel Castro Almeida.
“A região de Lisboa quase não tem acesso aos fundos europeus. As regras não são coerentes”, disse. O governante afirmou que os empresários continuam a dispor dos incentivos aos investimentos nas empresas atualmente disponíveis.
O secretário de Estado elogiou a Câmara de Sintra por ser inovadora ao criar este tipo de iniciativas e por se afirmar como “um agente de desenvolvimento económico”.
Já o presidente do Conselho Estratégico Empresarial, João Talone, considera que é importante mobilizar vontades para remover obstáculos ao desenvolvimento económico e criar emprego, o que tem “tudo a ver com investimento”.
Segundo João Talone, há empresários que consideram deixar os concelhos que se encontram na região de Lisboa para se deslocarem para zonas onde consigam ter acesso aos fundos europeus.