Subconcessão do Metro de Lisboa e da Carris preocupa México

O embaixador do México em Portugal expressou hoje ao Governo português preocupação com a possível reversão da subconcessão dos transportes públicos de Lisboa, nomeadamente do Metro e Carris, ganha pela mexicana ADO/Avanza.
   
"O Governo do México, através do seu embaixador em Portugal, expressou a sua preocupação perante a possibilidade de que possam ser anuladas as subconcessões ganhas pela empresa mexicana ADO/Avanza do Metropolitano e da Carris", lê-se num comunicado enviado hoje à agência Lusa pela embaixada do México em Portugal.
 
Na nota, lembra-se que, para vencer o concurso da subconcessão, a empresa em questão "cumpriu todas as condições estabelecidas e assinou os acordos respetivos".
 
Nove dias depois de António Costa ter tomado posse como primeiro-ministro, fonte do executivo fez saber que o Governo ia "mandar suspender, com efeitos imediatos, o processo de obtenção de visto prévio" para os contratos de subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e Porto pelo Tribunal de Contas, para evitar que entrem em vigor.
 
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, explicou depois que, tendo o Governo tomado a decisão política de reverter as subconcessões nos transportes, "não deveria ficar à espera que o Tribunal de Contas chumbasse os contratos".
 
No comunicado hoje enviado à Lusa pela embaixada mexicana, recorda-se que "nos últimos dois anos os governos do México e Portugal deram um impulso inédito aos vínculos entre os dois países", algo que "favoreceu o crescimento dos fluxos comerciais e de inversão nos dois países".
 
"As autoridades mexicanas acreditam que o interesse comum em manter um ambiente propício ao incremento das relações económicas entre o México e Portugal irá prevalecer nas decisões a ser adotadas em relação a este importante assunto", pode ler-se na nota.
 
Na terça-feira, a embaixadora do Reino Unido em Lisboa, Kirsty Hayes, também disse estar preocupada com a reversão da subconcessão dos transportes públicos e frisou ter a expectativa de que os compromissos assumidos venham a ser cumpridos.
 
A empresa britânica National Express detém a espanhola Alsa, que foi a escolhida pelo Governo de Passos Coelho para concessionar a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).