O grupo detido hoje pela GNR por suspeita de se dedicar ao furto de cobre na Grande Lisboa tinha na sua base uma sucateira no Cacém, em Sintra, e uma empresa de reciclagem de Torres Novas, informou fonte policial.
A GNR anunciou hoje a detenção de 11 suspeitos de pertenceram a uma organização criminosa que se dedicava ao furto de cobre nas linhas subterrâneas inativas da Portugal Telecom (PT) na área da Grande Lisboa.
Segundo a GNR, os detidos faziam parte de uma organização criminosa, constituída na sua maioria por cidadãos estrangeiros, que conseguiram "êxitos consideráveis nesta prática criminosa, fruto da vasta experiência adquirida enquanto (antigos) funcionários das empresas subempreitadas pela PT", revelou a guarda.
Segundo fonte ligada à investigação, a organização criminosa detida hoje estava hierarquizada por três níveis de atuação, sendo o primeiro constituído por um grupo de seis homens, de nacionalidade estrangeira, que recolhia cabos de cobre durante a noite.
O grupo deslocava-se às caixas de visita permanente da PT, munido de uma carrinha tipo furgão, adaptada com um fundo falso (alçapão), efetuando de seguida as operações de corte e carga dos fios de cobre.
De acordo com a fonte, de seguida, o material recolhido era transportado para um armazém na cidade do Cacém, uma sucateira onde era vendido e de seguida cortado e triturado, naquele que era o segundo nível do grupo suspeito do crime de associação criminosa.
O terceiro patamar está relacionado com uma empresa de reciclagem de Torres Novas, onde era, por fim, vendido o cobre e chumbo proveniente dos cabos furtados, que "colocava este material no mercado lícito", duplicando o preço que inicialmente era pago ao nível da sucateira.
Segundo a fonte, a investigação da GNR teve início em março (e ainda não terminou) e apurou transações realizadas por elementos deste grupo na ordem do um milhão de euros.
Durante a madrugada de hoje foram detidos dez homens e uma mulher por suspeitas da prática de crimes de associação criminosa, recetação e furto qualificado. As apreensões resultaram do cumprimento de sete mandados de detenção, nove mandados de busca e apreensão de veículos, oito mandados de busca domiciliária e um não domiciliário.
No âmbito da operação "Linha Segura", a GNR apreendeu aproximadamente 20 toneladas de cobre e chumbo, 10 mil euros em numerário, nove viaturas e diversa maquinaria industrial pesada no distrito de Lisboa.
De acordo com a fonte da investigação, os homens do grupo que furtava o cobre na Grande Lisboa já tinham trabalhado para empresas que trabalham com a Portugal Telecom, tendo, por isso "conhecimentos técnicos" para manusear com este tipo de material.
A operação, coordenada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Especialmente Violento, da 11.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, em estreita colaboração com a Portugal Telecom, envolveu 141 militares pertencentes à Unidade de Intervenção, à Direção de Investigação Criminal e aos Comandos Territoriais de Lisboa e de Setúbal.
Durante a investigação foram montadas operações de vigilância, escutas telefónicas e levantamento de sigilo bancário dos suspeitos, afirmou a fonte.
Os detidos vão ser presentes a tribunal no sábado para primeiro interrogatório judicial.