Suspeitos de assalto em Sintra investigados por mais crimes

O grupo suspeito de assaltar uma carrinha de transporte de valores em fevereiro de 2016 e de assassinar um cidadão em Lourel, Sintra, na terça-feira desmantelado pela PJ, está a ser investigado por mais crimes semelhantes.
 
Em conferência de imprensa, o diretor da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da PJ, Luís Neves, descreveu que os seis suspeitos são homens com cerca de 30 anos, portugueses, e já conhecidos da PJ por um vasto currículo de crimes violentos.
 
Alguns deles foram "já condenados no passado", inclusive "durante bastante tempo", por ataques violentos e assaltos à mão armada.
 
Os homens são suspeitos de homicídio consumado e de uma outra situação "que pode configurar homicídio tentado", havendo "mais roubos para além da carrinha de transporte de valores de 2016 que estão já sob alçada desta investigação", salientou Luís Neves.
 
Hoje, a PJ deteve três dos suspeitos na zona de Lisboa no cumprimento de "mais de uma dezena de buscas", recolhendo também mais elementos de prova, incluindo armas.
 
Estes três suspeitos vão ser presentes na quarta-feira no tribunal de Sintra para ouvirem as primeiras medidas de coação.
 
Três outros suspeitos já tinham sido detidos, dois deles no âmbito de outros processos-crime e um terceiro em Inglaterra, para onde fugiu depois do crime, no âmbito de um mandado de detenção europeu a pedido da PJ.
 
"Já tínhamos solicitado a emissão desses mandados no ano transato, mas foi extraditado este ano", salientou Luís Neves, destacando que "naturalmente tudo isto demora tempo".
 
Estes três suspeitos detidos anteriormente já estão em prisão preventiva.
 
Mais de um ano após o assalto a uma carrinha de valores em Lourel, Sintra, com a consequente morte a tiro de um cidadão para lhe roubar um carro para fuga, a PJ considerou hoje que o grupo está integralmente identificado e detido.
 
Foi um ataque "bastante violento, de uma estrutura organizada, uma estrutura que tem já uma vasta experiência neste tipo de crime violento" e que, "após o ataque à carrinha de transporte de valores, num domingo", na fuga, baleou "um pai de família, que passeava com a sua família, e que foi, de uma forma gratuita, morto para lhe retirarem a viatura para encetarem a fuga desse mesmo crime", explicou.
 
Luís Neves destacou que a PJ deteve três grupos violentos desde o início do ano, lembrando a detenção dos responsáveis de um assalto a uma superfície comercial no Barreiro e de três suspeitos de "pelo menos" quatro assaltos a carrinhas de transporte de valores ocorridos no Porto.
 
"Atualmente não havia ligação entre este grupo [do assalto em Lourel] e o grupo do Barreiro, que abalroou agentes da PSP, mas no passado eram grupos que tinham relações muito próximas e efetivas", destacou.
 
A 28 de fevereiro de 2016, após consumarem o assalto à carrinha de transporte de valores, os suspeitos fugiram na direção da Autoestrada 16 (A16), mas a viatura em que seguiam despistou-se, levando a que tenham, "com a utilização de armas de fogo, procurado roubar outras viaturas para continuarem a fuga".
 
"No desenvolvimento desta ação balearam um condutor que circulava com a família na A16, provocando quase de imediato a sua morte", adiantou uma nota policial.
 
A vítima mortal na sequência do assalto à carrinha de valores junto ao supermercado do Lourel foi atingida quando conduzia a sua viatura perto das portagens de Algueirão-Mem Martins da A16.