TEC inicia comemorações dos 50 anos com Gil Vicente em versão 'ópera rock'

Integrado nas comemorações dos 650 anos da Vila, o Teatro Experimental de Cascaisbrinda a população com “uma versão moderna” dos autos da Barca do Inferno e da Índia,de Gil Vicente. Após uma apresentação polémica antes do 25 de Abril, que incluiu a estreia na Expo 70em Osaka (Japão), Carlos Avilez apresenta agora uma “ópera- rock”, “capaz de atrair a população mais jovem”, daquelesque são os autos maisconhecidos do dramaturgo português.

“É o fim de umciclo... estou com medo...”,confessa o encenador. Afinal,“foi tão importante aquilo que fiz há 50 anos e estou a arriscar tanto, mas estou confiantenos actores que o estãoa fazer. É uma nova experiência: um musical!”, acrescenta Carlos Avilez, mostrando-seansioso com a estreia.

Nervos à parte, desta feita Avilez conta com o profissionalismoe talento de Vanessa, protagonizando o famoso Diabo,a quem não poupa elogios: “A Vanessa é extraordinária”.O convite surgiu de forma natural, pois “para um musical não haveria melhor escolha”,

e desde logo também cativou a actriz: “Era um sonhode menina trabalhar com o mestre (Carlos Avilez), de tal forma que quando me ligaram nem quis saber o que era,disse logo que sim”, conta a actriz e cantora. No entanto, “quando soube do que se tratava,fiquei assustada! Cantar Gil Vicente é tudo menosfácil”. Um “susto” que se desvaneceu com o início dos ensaios. “Gosto de desafios, gosto de coisas que não sejam óbvias e que dêem trabalho”, realça a actriz, que assim integra uma iniciativa nunca antesr ealizada em Portugal. “É aprimeira vez que se canta Gil Vicente no nosso país, é maisum desafio”, avança CarlosAvilez.Sendo tudo menos óbvio, este espectáculo conta com muita sensualidade e, como nã opoderia deixar de ser, com acrítica de outrora adaptada aos nossos dias. “À parte dalinguagem, que é o portuguêsda altura, o mais importante é mesmo a critica, e essa tem de estar lá”, adianta Vanessa,lamentando que “não mudou nada daquela altura para agora, antes pelo contrário”.

Mas, apesar do desabafo, a actriz e cantora - que este ano comemora 20 anos de carreira - não perde o sorriso e a boa disposição. “Sou por natureza uma pessoa feliz”, confessa, deixando escapar que, embora não lhe falte trabalho - “em 20 anos nunca estive desempregada”, tem saudades de “fazer coisas diferentes”, nomeadamente “dançar, fazer aquilo pelo qual comecei”, revela, antevendo que os projectos futuros poderão passar por essa área.

 

De 13 de Novembro a 27 de Dezembro, de quarta-feira a sábado pelas 21h30, no Teatro Municipal Mirita Casimiro (Monte Estoril).

Informações e reservas através do número 21 467 03 20 ou do email: acontecenotec@gmail.com