Temporal de janeiro aumentou risco de incêndio na Serra de Sintra

A empresa Parques de Sintra Monte da Lua vai reforçar a vigilância nas propriedades públicas da Serra de Sintra, devido ao aumento do risco de incêndio provocado pela queda de árvores e galhos no temporal de janeiro.
Segundo António Lamas, presidente da empresa que gere o património cultural que está na serra de Sintra (Palácio da Pena, Castelo dos Mouros, Palácio de Monserrate e Convento dos Capuchos), a quantidade de material combustível (árvores e galhos) que caiu durante o temporal de 19 de janeiro representa agora um risco agravado de incêndio nos períodos de maior calor.
"Temos de ter em atenção a maior quantidade de material vegetal [no solo], porque aumenta o risco de incêndio. Esse risco é maior sobretudo naquelas zonas que são quase florestas abandonadas. Este ano é preciso reforçar essa vigilância, até porque sofremos um grande traumatismo com o temporal", disse o responsável à agência Lusa.
De acordo com António Lamas, a apenas poucos meses do início da época de maior risco de incêndios "já não há tempo para fazer todas as limpezas" de terrenos, não resta outra opção à empresa que não o reforço da vigilância.
Segundo o responsável, este ano a Parques de Sintra Monte da Lua vai limitar-se apenas a custear a vigilância nas propriedades públicas, geridas pela empresa.
"Em dois anos, a empresa financiou as torres de vigilância na serra e várias corporações de bombeiros. Não podemos continuar a fazer isso, estamos a substituir entidades que deviam suportar esses encargos, que são grandes. Qualquer coisa como oitenta mil euros. Vamos assegurar nas nossas propriedades", afirmou.
Segundo o responsável pela Proteção Civil municipal, Mário Louro, a Câmara de Sintra está a fazer um levantamento das propriedades privadas da serra que ainda não foram alvo de limpeza de vegetação, de forma a proceder à notificação (até abril) dos proprietários para que iniciem esses trabalhos.
"Há essa questão do aumento de risco de incêndio devido às centenas de árvores que estão caídas nos solos. Se tivermos todas essas árvores e ramos caídos na altura do verão, isso representará um risco agravado de incêndio", afirmou Mário Louro à agência Lusa.
A 19 de janeiro, os ventos fortes, com rajadas na ordem dos 130 quilómetros por hora, e a forte chuva provocaram a queda de cerca de 3.000 árvores, naquela que, segundo o presidente da Câmara, Fernando Seara, foi a "maior catástrofe natural que afetou a serra em 50 anos".
Algumas das estradas e monumentos como o Palácio da Pena estiveram encerradas durante vários dias.