“Tentamos promover o conceito de campeão para a vida”

Antigo medalhado olímpico na modalidade de Judo, Nuno Delgado treina crianças e jovens com o objectivo de os ajudar a concretizar objectivos na vida

 
O ex-atleta de 41 anos conta com vários resultados que levaram o Judo a um outro patamar, que até então Portugal desconhecia. Nuno Delgado relatou-nos a sua vida de campeão e evidenciou a importância do desporto não só no corpo, mas também na mente.
 
O ex-judoca, que se sagrou Campeão Europeu de Seniores em Bratislava, em 1999, e que ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, tem mais de 15 distinções pelas prestações na sua modalidade desportiva, entre as quais a de Comendador da Ordem Infante D. Henrique, em 2015.
Nuno Delgado conta, em declarações ao Jornal da Região, que o Judo entrou na sua vida quando tinha sete anos. “Foi uma descoberta. Não conhecia a modalidade e fui recomendado pelo meu excesso de energia e pouca capacidade de concentração. E foi amor à primeira vista”, relata.
Mas, nem tudo foi um mar de rosas. Atleta federado desde 1984, desvenda que o dia-a-dia de um atleta de alta competição implica um compromisso constante, onde “os objectivos nos obrigam a fazer escolhas” para ter uma vida regrada e disciplinada. Ainda assim, o ex-atleta afirma que a rotina diária não é muito diferente do quotidiano das pessoas ditas ‘normais’: “Tudo tem de ser muito bem gerido para que o essencial não falte”. Recorda, com o brilho da nostalgia nos olhos, o que um antigo treinador lhe dizia: “O dia tem 24 horas. Tens oito horas para treinar, oito para dormir e oito para estudar. Sobra muito tempo”.
Mas, para seguir a via da competição teve de “abdicar de algumas coisas”. Ainda que não goste dessa palavra, por acreditar que “na vida para alcançarmos o que queremos, temos de escolher e não de abdicar”.
O desporto, a seu ver, é, de uma forma sucinta, “ter a disciplina de saber sentir o corpo e a mente”, algo que garante ter-lhe sido dado assim que enveredou pelo caminho da alta competição.
Quando ganhou a primeira medalha, em 1999, sentiu “um grande orgulho”. “É uma honra representar as nossas cores, o nosso país, a nossa cultura”, realça, num sentimento que vai para além da representação do país. Significa também “representar a lusofonia”.
O ex-judoca sentia orgulho por  ser um símbolo para quem residia em Portugal, mas também para as comunidades espalhadas pelo mundo, inclusive a dos países que partilham o português como língua oficial.
Sem saber como descrever o sentimento de ganhar a primeira medalha, o atleta diz apenas que “concretizar um sonho é sempre difícil de explicar. É uma alegria enorme, uma alegria máxima. Quando tens algo que queres muito e tens o prazer de a viver não há palavras para o descrever. Obviamente que depois tem também o lado negativo. Há as desilusões, as derrotas. Não há nenhum campeão que não tenha sentido esse sabor”. Acima de qualquer sabor amargo deixado pela derrota, o ex-campeão olímpico afirma que “não há nada mais prazeroso do que fazermos o que se gostamos”.
Quando se ‘retirou dos colchões’, Nuno Delgado abriu diversas escolas por Portugal – em Lisboa, Setúbal, Aveiro e Porto – onde continua agora a sua jornada de incentivar os jovens a praticar desporto.
A necessidade da criação deste projecto surgiu em 2007 com a intenção de “criar uma organização que pudesse colmatar as lacunas” que sentiu existir na escola pública. “Sou professor de Educação Física e ainda conheci a realidade da escola como professor e achei que faltava algo mais”, relata. Começou pelo Judo que é a sua modalidade, mas sempre com o objectivo de “criar com esse novo modelo complementar à educação pública uma diversificação com outras ofertas”. Como se afirma grande fã da dança,  juntou às actividades de defesa pessoal, a dança, o ballet e o hip-hop.
“Nas minhas escolas tentamos promover o conceito do ‘campeão para a vida’. Ou seja, todos nós somos atletas e treinamos para atingir o sucesso na vida – sucesso que é muito pessoal e cada um terá o seu”, salienta. Acredita que o sucesso não é mais do que “conseguir concretizar os sonhos e transformá-los em objectivos que se treinam e superam”. O seu método de ensino tem por base três pilares: a superação, o auto-conhecimento e a solidariedade. É através destas ferramentas que as escolas Nuno Delgado treinam futuros campeões que queiram vingar na vida.
Contudo, esclarece que é essencial que as crianças compreendam que “estamos lá para nos treinarmos e não para treinar o nosso corpo”. Para além de treinar a condição física, a resistência, também se treina “a resiliência, a capacidade de foco e o planeamento”. No fundo, aliam a prática desportiva à consciencialização de uma mente sã e focada nos objectivos futuros.
“O desporto é uma ferramenta educativa muito prática. Ensinam-se coisas importantes para o cidadão, tais como o rigor, a coragem, a solidariedade”. Esses são princípios que se “aprendem com jogos, competições, exercícios. Essa é a mensagem principal do desporto. O movimentar o corpo e ganhar medalhas é  mais um pretexto para chegar ao mais importante”, remata Nuno Delgado.O ex-atleta de 41 anos conta com vários resultados que levaram o Judo a um outro patamar, que até então Portugal desconhecia. Nuno Delgado relatou-nos a sua vida de campeão e evidenciou a importância do desporto não só no corpo, mas também na mente.
 
O ex-judoca, que se sagrou Campeão Europeu de Seniores em Bratislava, em 1999, e que ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, tem mais de 15 distinções pelas prestações na sua modalidade desportiva, entre as quais a de Comendador da Ordem Infante D. Henrique, em 2015.
Nuno Delgado conta, em declarações ao Jornal da Região, que o Judo entrou na sua vida quando tinha sete anos. “Foi uma descoberta. Não conhecia a modalidade e fui recomendado pelo meu excesso de energia e pouca capacidade de concentração. E foi amor à primeira vista”, relata.
Mas, nem tudo foi um mar de rosas. Atleta federado desde 1984, desvenda que o dia-a-dia de um atleta de alta competição implica um compromisso constante, onde “os objectivos nos obrigam a fazer escolhas” para ter uma vida regrada e disciplinada. Ainda assim, o ex-atleta afirma que a rotina diária não é muito diferente do quotidiano das pessoas ditas ‘normais’: “Tudo tem de ser muito bem gerido para que o essencial não falte”. Recorda, com o brilho da nostalgia nos olhos, o que um antigo treinador lhe dizia: “O dia tem 24 horas. Tens oito horas para treinar, oito para dormir e oito para estudar. Sobra muito tempo”.
Mas, para seguir a via da competição teve de “abdicar de algumas coisas”. Ainda que não goste dessa palavra, por acreditar que “na vida para alcançarmos o que queremos, temos de escolher e não de abdicar”.
O desporto, a seu ver, é, de uma forma sucinta, “ter a disciplina de saber sentir o corpo e a mente”, algo que garante ter-lhe sido dado assim que enveredou pelo caminho da alta competição.
Quando ganhou a primeira medalha, em 1999, sentiu “um grande orgulho”. “É uma honra representar as nossas cores, o nosso país, a nossa cultura”, realça, num sentimento que vai para além da representação do país. Significa também “representar a lusofonia”.
O ex-judoca sentia orgulho por  ser um símbolo para quem residia em Portugal, mas também para as comunidades espalhadas pelo mundo, inclusive a dos países que partilham o português como língua oficial.
Sem saber como descrever o sentimento de ganhar a primeira medalha, o atleta diz apenas que “concretizar um sonho é sempre difícil de explicar. É uma alegria enorme, uma alegria máxima. Quando tens algo que queres muito e tens o prazer de a viver não há palavras para o descrever. Obviamente que depois tem também o lado negativo. Há as desilusões, as derrotas. Não há nenhum campeão que não tenha sentido esse sabor”. Acima de qualquer sabor amargo deixado pela derrota, o ex-campeão olímpico afirma que “não há nada mais prazeroso do que fazermos o que se gostamos”.
Quando se ‘retirou dos colchões’, Nuno Delgado abriu diversas escolas por Portugal – em Lisboa, Setúbal, Aveiro e Porto – onde continua agora a sua jornada de incentivar os jovens a praticar desporto.
A necessidade da criação deste projecto surgiu em 2007 com a intenção de “criar uma organização que pudesse colmatar as lacunas” que sentiu existir na escola pública. “Sou professor de Educação Física e ainda conheci a realidade da escola como professor e achei que faltava algo mais”, relata. Começou pelo Judo que é a sua modalidade, mas sempre com o objectivo de “criar com esse novo modelo complementar à educação pública uma diversificação com outras ofertas”. Como se afirma grande fã da dança,  juntou às actividades de defesa pessoal, a dança, o ballet e o hip-hop.
“Nas minhas escolas tentamos promover o conceito do ‘campeão para a vida’. Ou seja, todos nós somos atletas e treinamos para atingir o sucesso na vida – sucesso que é muito pessoal e cada um terá o seu”, salienta. Acredita que o sucesso não é mais do que “conseguir concretizar os sonhos e transformá-los em objectivos que se treinam e superam”. O seu método de ensino tem por base três pilares: a superação, o auto-conhecimento e a solidariedade. É através destas ferramentas que as escolas Nuno Delgado treinam futuros campeões que queiram vingar na vida.
Contudo, esclarece que é essencial que as crianças compreendam que “estamos lá para nos treinarmos e não para treinar o nosso corpo”. Para além de treinar a condição física, a resistência, também se treina “a resiliência, a capacidade de foco e o planeamento”. No fundo, aliam a prática desportiva à consciencialização de uma mente sã e focada nos objectivos futuros.
“O desporto é uma ferramenta educativa muito prática. Ensinam-se coisas importantes para o cidadão, tais como o rigor, a coragem, a solidariedade”. Esses são princípios que se “aprendem com jogos, competições, exercícios. Essa é a mensagem principal do desporto. O movimentar o corpo e ganhar medalhas é  mais um pretexto para chegar ao mais importante”, remata Nuno Delgado.