Três raparigas da Fundação 'O Século' mudam de casa para iniciar vida autónoma

Três jovens mulheres vão iniciar uma nova vida a partir de agora, quando passam a habitar sozinhas numa casa da Fundação “O Século”, em Oeiras, depois de viverem em instituições durante muitos anos.
Com idades entre os 18 e os 19 anos, as três raparigas vão viver para a “Casa da Ponte”, um apartamento com quatro quartos, no bairro da Outurela, Carnaxide. Em outubro, quando fizer 18 anos, uma outra jovem vai juntar-se a elas.
A casa, inaugurada segunda-feira, faz parte do projeto da fundação para promover a autonomia de jovens que se encontram nas casas de acolhimento e que atingem os 18 anos. A instituição tem duas “Casas da Ponte”, na Outurela, cedidas pela Câmara de Oeiras.
“Nós procuramos que as crianças que aqui temos em acolhimento possam voltar ao meio familiar, resolvendo os problemas que estiveram na origem da sua institucionalização. Quando assim não é possível, o caminho é elas serem lançadas para a vida, quando chegam a adultas”, explicou à Lusa o presidente d’O Século, Emanuel Martins.
Os jovens que se encontram nas casas de acolhimento da fundação “têm uma inserção relativa na sociedade, frequentam a escola, têm amigos”.
Nestes apartamentos, têm “quase total autonomia, mas mantêm o apoio” da instituição, referiu o responsável.
Desde novembro de 2012, três raparigas vivem no outro apartamento, um T3, e o balanço é muito positivo, garantiu o presidente da fundação.
As jovens recebem um subsídio do tribunal, “que ajuda para a vida”, e a fundação “vai ajudando naquilo que é preciso, como os pais fazem com os filhos”, relatou.
“Somos os pais institucionais delas e é essa a relação que queremos ter com elas”, descreveu.
A Fundação “O Século” admite vir a abrir uma nova casa para a autonomia dos jovens, um projeto que a Câmara de Cascais já admitiu apoiar.
A inauguração do novo apartamento decorre na próxima segunda-feira, com a entrega das chaves às novas moradoras.